Por que o CBA, Centro de Biotecnologia da Amazônia, no contexto da mobilização e compromissos dos novos gestores, desta vez, tem que dar certo? Não há mais desculpas para um novo fracasso. Seus gestores estão inventariando o passivo do descaso. E, apesar de tantos prejuízos arrolados, laboratórios sem manutenção, servidores sem definição funcional e instalações deterioradas, seguem atentos às expectativas do tecido social. Conscientes dos embaraços de viajar/viver/vicejar na floresta, impregnados pela dialética do saber e do fazer, cumpre resgatar a trilha dos objetivos e concepção original do CBA, desenhada já em 1998, na gestão Mauro Costa à frente da Suframa. Há séculos, nunca é demais repetir, desde o alerta de primeiros viajantes, e/ou cientistas e europeus, que a trama evolutiva da vida, atribuída a Charles Darwin mas desenvolvida efetivamente por Alfred Wallace em suas viagens e coletas na Amazônia, guarda as respostas para o sonho humano de perpetuar a existencia e perenizar a juventude. É a imersão biomolecular na biodiversidade atordoante, com auxílio da nano informática, que vai apontar as respostas, não apenas com a dermocosmética do rejuvenescimento celular, mas também com a farmacopeia de tratamento das doenças incuráveis ou a nutracêutica orgânica que promove a higidez pela alimentação equilibrada.
Não há mais desculpa para a vaidade dos ministérios, que disputam há mais de uma década, a primazia de conduzir essa aventura de que a humanidade precisa para equilibrar a vida, a base biológica da física quântica florestal, a manifestação do esplendor vital na teologia florestal. Desde sua criação, os diversos organismos federais disputam entre si, numa corrida perversa na direção de lugar algum. Um confronto muitas vezes operado de costas para as demandas locais, desconectados da história, dos feitos e avanços da pesquisa desenvolvida por organismos locais, e impulsionamos por vaidades estéreis e personalismo nocivo. Adicionalmente, a demagogia de alguns parlamentares, em nome de um nacionalismo vesgo e argumentos da xenofobia insana, impediram que a pesquisa das oportunidades dessem lugar ao desenvolvimento da prosperidade. O caso Novartis, uma empresa de grife Suíça, que se propôs a desenvolver produtos a partir do acesso a um punhado de fungos e bactérias, precisa de reflexão definitiva.
Além de confiscar a riqueza que aqui deveria ser aplicada, tem sido um fiasco a presença da União na Amazônia, em geral, e no Amazonas em particular, incluindo as ações do Ministério da Integração Nacional, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Desenvolvimento Indústria e Comércio, Ciência, Tecnologia e Inovação, Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária, da Pesca e Secretaria de Assuntos Estratégicos. O fiasco se exacerbou no II Ciclo da Borracha, imposto por demandas externas, um esforço de guerra, para suprir de borracha os veículos da II Guerra Mundial, quando o Brasil mobilizou novamente o braço nordestino para explorar a goma elástica na floresta, extraindo a riqueza natural sem conferir-lhe beneficiamento para agregação de valor. Historicamente tem sido assim. Naquela ocasião, a Constituição do Brasil recomendou o uso de incentivos fiscais para reduzir as desigualdades regionais, razão pela qual diversas políticas públicas federais se voltaram para a Amazônia, entre elas, a mais acertada, o modelo ZFM, a Zona Franca de Manaus, no bojo do qual, surgiu o projeto CBA. E tem que dar certo, porque já ficou demonstrada a aptidão regional para um novo modelo de desenvolvimento, e a vocação amazônica para a modernidade. E dará certo, na medida em que se voltar para as demandas locais, as respostas rápidas das NOVAS MATRIZES ECONÔMICAS, para cumprir a profecia de Darwin e Wallace, as promessas da biologia molecular, no engenho e arte dos novos viajantes que aqui se integram, de uma vez por todas, a favor de nossa gente.
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