Por Augusto César
As novas tecnologias são adotadas para vários propósitos. Elas representam a capacidade empreendedora de destruir os mercados atuais com a criação de novos mercados para os empreendedores que possuem a capacidade de realizar negócios com estes novos produtos. Constantemente os cientistas fazem descobertas e algumas são transformadas em produtos. Caso o mercado as adote, por interesse próprio ou interesse criado, serão chamadas de inovações, pois para ser uma inovação é necessária uma vantagem econômica.
Em nosso país, somos resistentes aos novos modelos, pois há um certo conformismo com a realidade. Sociedades inovadoras precisam ser questionadoras com relação aos métodos. Há de se ter ainda a obstinação e a capacidade de enfrentar todo o tipo de resistência para a realização do novo, pois a resistência conserva os métodos atuais, que serão, em tese, destruídos ou evoluídos a partir da mudança tecnológica.
O ganho de dinheiro a partir de uma inovação será necessário, mas não há nenhuma garantia que o inovador é que terá este ganho. Para isso, é fundamental que exista um ambiente de confiança e mecanismos que estimulem a inovação e protejam os inovadores. Este ecossistema leva tempo para ser criado e depende de muito esforço das universidades, institutos de pesquisa, empresas, empresários, alunos, consumidores e reguladores. Por exemplo, se em um acidente de um veículo autônomo o regulador for muito rígido, não será possível chegar a um carro autônomo. Por outro lado, se ele for muito leve, muitas pessoas poderão ser afetadas. É um desafio equilibrar o sistema.
Quais as novas tecnologias que estamos explorando em nossa região? O que foi gerado de produto por aqui no último século? Teremos certamente dificuldade de enumerar. Possuímos um ecossistema que historicamente não favoreceu a inovação. Contudo, há na cidade um grupo de pessoas que estão tentando mudar esta realidade e a inciativa da II Feira do Polo Digital de Manaus apresenta algo deste esforço (http://feiradopolodigitaldemanaus.com.br).
Um grupo expressivo de empresas e voluntários estão criando uma ambiência para este propósito. Ao longo dos próximos dias 15, 16 e 17 um conjunto de profissionais apresentarão uma miríade de temas voltados para questões do “mundo digital”, mas, em minha leitura, o pano de fundo é a capacidade de empreender e de criar um ambiente de desenvolvimento em Manaus. Temas como Liderança & Criatividade & Empreendedorismo, Tecnologias e Sociedade, Agilidade, Transformação Digital, Indústria 4.0, Pesquisa Científica, Tecnologias Emergentes, Jogos Digitais, Design, e-Gov, Tecnologia Verde e Arenas instigarão toda a comunidade envolvida nestas questões.
Isso gerará inovação ou não? Só o tempo dirá. Teremos que ter a capacidade de ter a calma e desenvolver os inúmeros próximos passos entre a boa vontade e o resultado. Estamos em uma segunda edição da feira, sem implosões e explosões de egos. Apenas isso já é uma enorme vitória, que é mérito de um grande conjunto de voluntários e de patrocinadores.
Terei o privilégio de apresentar a minha visão da Implementação da Indústria 4.0, sob o olhar das Tecnologias Emergentes, no dia 16/10. Deixo aqui o convite para conversarmos um pouco sobre como esta oportunidade pode ser transformadora das cadeias produtivas existentes em Manaus. Tecnologias emergentes são mais ou menos assim: não sabemos ao certo o que são ou ao que vêm, mas sabemos claramente que terão impacto no futuro. Acertar o jeito certo de usá-las levará ao lucro ou ao prejuízo dos envolvidos. Gosto de refletir sobre isso e espero que tenha alguém mais por lá com o mesmo interesse. Entretanto, se não for por mim, indico que estarão por lá o Marcelo Tas, o Paulo Sandrini, o Sandro Breval e várias pessoas que gostam de pensar dentro da caixa, ao lado da caixa, como construir a caixa e como ganhar dinheiro com a caixa. Fica o convite. Escolha sua relação com a caixa e vá lá, mesmo que seja para o já tradicional “pensar fora da caixa”.
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