Premiação faz história e investe US$10 milhões para desenvolver tecnologias de mapeamento de novas espécies da Amazônia e outras florestas tropicais
Uma grande competição buscou desenvolver ferramentas capazes de monitorar, de forma rápida e eficaz, a vasta riqueza biológica das florestas tropicais. O XPRIZE Rainforest, financiado pela Alana Foundation, fez história em apenas seis dias com o mapeamento de centenas de espécies da Amazônia, reunindo seis equipes em escala global. A vencedora foi a Limelight Rainforest (EUA), que mapeou 27 milhões de sequências de DNA ambiental por meio de sensores bioacústicos e armadilhas inteligentes operadas por drones.
A tecnologia de identificação de espécies, que utiliza material genético deixado nos ambientes, é considerada pelo XPRIZE como revolucionária dentro das atividades de mapeamento da biodiversidade, especialmente em áreas de difícil acesso. Ela supera os métodos tradicionais, que levavam meses para catalogar um número muito menor de espécies, fornecendo um avanço significativo na conservação e estudo dos ecossistemas. Comparativamente, enquanto há cinco anos eram necessários quatro meses para catalogar cerca de 500 espécies, as novas ferramentas permitiram o registro de quase 800 espécies em apenas 24 horas.
Em um contexto de crescente ameaça de um “ponto de não retorno” para a Amazônia, projetado para o final desta década, as tecnologias premiadas são vistas como cruciais para a eficácia das estratégias de preservação.
Impacto local
A modernização do mapeamento de espécies da Amazônia não apenas impactam diretamente a preservação da floresta, como também oferecem o potencial de transformar a economia local. Isso porque proteger a floresta e seus recursos naturais abre caminhos para o desenvolvimento de uma economia mais sustentável, gerando empregos e novas oportunidades para as comunidades amazônicas. Além disso, ao fortalecer a conservação, essas tecnologias ajudam a combater o desmatamento ilegal, promovendo uma integração econômica que equilibra proteção ambiental e prosperidade social.
“Certamente os trabalhos desenvolvidos ao longo dos últimos cinco anos pelas equipes participantes serão de enorme contribuição para esse tema. Os cientistas deram um passo importante em direção à mudança de que o mundo precisa, pensando e desenvolvendo tecnologias para mapear e ajudar a preservar a biodiversidade das florestas tropicais”, ressalta Ana Lucia Villela, fundadora e presidente do Instituto Alana, sobre o potencial da competição.
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