A Defesa Civil de Santa Catarina emitiu um alerta nesta segunda-feira (19) devido à chegada da fumaça proveniente das queimadas na Amazônia ao estado
Desde a última sexta-feira (16), a presença da fumaça tem alterado significativamente o aspecto do céu, que apresenta uma coloração esbranquiçada em diversas regiões. Segundo as previsões, essa situação deverá persistir por pelo menos mais três dias, agravando as condições de visibilidade e qualidade do ar, especialmente nas áreas mais distantes do litoral.
No Oeste catarinense, em cidades como Chapecó, o amanhecer desta segunda-feira foi marcado por uma visibilidade reduzida e clima seco, refletindo diretamente os efeitos da fumaça. As condições adversas são particularmente preocupantes para a saúde da população, já que a qualidade do ar está deteriorada, com umidade relativa do ar próxima ou abaixo de 30%, o que pode agravar problemas respiratórios e outras condições de saúde.
O meteorologista-chefe da Defesa Civil, Felipe Theodorovitz, destacou a gravidade da situação: “No interior do estado, ainda temos uma forte influência da fumaça, que não só diminui a visibilidade, mas também piora a qualidade do ar, o que representa um risco para a saúde pública”.
No litoral, a presença da fumaça é menos perceptível devido à formação de nevoeiros ao longo da costa, o que já resultou no fechamento dos três principais aeroportos do estado na manhã de hoje. Em Florianópolis, por exemplo, a fumaça comprometeu a visibilidade ao longo do fim de semana, afetando tanto a rotina da cidade quanto a operação dos serviços aéreos.
As autoridades recomendam que a população fique atenta às orientações da Defesa Civil e adote medidas de precaução, especialmente em regiões onde a visibilidade está reduzida ou a qualidade do ar está comprometida. Pessoas com problemas respiratórios, crianças e idosos devem evitar a exposição prolongada ao ar livre durante esse período. Além disso, é importante manter os ambientes internos bem ventilados e, se possível, utilizar umidificadores para melhorar a qualidade do ar dentro das residências.
A Defesa Civil continua monitorando a situação e emitirá novos alertas se necessário. A população é encorajada a acompanhar as atualizações e seguir as recomendações para minimizar os impactos da fumaça no estado.
Amazonas em emergência ambiental com quase 3 mil focos de queimadas em Agosto
Após registrar recordes alarmantes de queimadas em julho, o estado do Amazonas enfrenta um cenário ainda mais preocupante em agosto. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos primeiros dez dias deste mês, quase 3 mil focos de queimadas foram registrados em todo o estado. Na última quarta-feira (14), um incêndio de grandes proporções ameaçou uma área residencial em Boca do Acre, município que figura entre as dez cidades mais afetadas pelas queimadas.
A situação no Amazonas é crítica, com 22 dos 62 municípios em estado de emergência ambiental devido à intensa presença de focos de calor. Durante este período de 180 dias, o uso do fogo está completamente proibido, seja com ou sem técnicas de queima controlada. A medida busca conter o avanço das queimadas que têm devastado grandes áreas do estado.
Na capital Manaus e em outras cidades litorâneas, a fumaça resultante dessas queimadas pode ser vista em altitudes mais elevadas, enquanto próximo ao solo, a visibilidade é comprometida por nevoeiros. Esse fenômeno ocorre devido à diferença de temperatura entre a superfície e a atmosfera, dificultando a percepção da fumaça ao nível do solo. “A fumaça não fica tão visível como nos últimos dias devido à baixa visibilidade causada pelo nevoeiro”, explicou Felipe Theodorovitz, meteorologista-chefe da Defesa Civil.
A Defesa Civil de Santa Catarina também emitiu um alerta sobre a chegada da fumaça proveniente das queimadas no Amazonas e em outras regiões do Centro-Oeste e Norte do Brasil. A fumaça está sendo transportada em direção ao estado, o que pode afetar a qualidade do ar e a visibilidade nos próximos dias. As autoridades continuam monitorando a situação e reforçam a necessidade de medidas de precaução para proteger a saúde da população, especialmente em áreas mais afetadas pela fumaça.
As recomendações para a população em regiões afetadas pela fumaça das queimadas incluem uma série de medidas para proteger a saúde e minimizar os impactos no cotidiano:
- Evitar Atividades ao Ar Livre: Pessoas com problemas respiratórios, crianças, idosos e gestantes devem evitar atividades ao ar livre, especialmente em horários de pico da fumaça.
- Manter Ambientes Fechados: Feche portas e janelas para impedir a entrada de fumaça dentro de casa. Se possível, utilize umidificadores de ar para manter a umidade relativa em níveis confortáveis, ajudando a minimizar irritações nas vias respiratórias.
- Hidratação Constante: Beba muita água para ajudar o corpo a lidar com o ar seco e os poluentes presentes na fumaça. Manter-se hidratado é fundamental para prevenir complicações respiratórias.
- Utilizar Máscaras: Se precisar sair, considere o uso de máscaras PFF2 (ou N95), que são mais eficientes na filtragem de partículas finas presentes na fumaça.
- Monitorar a Qualidade do Ar: Acompanhe boletins meteorológicos e de qualidade do ar emitidos por autoridades locais. Isso ajuda a planejar atividades e tomar decisões baseadas nas condições do ambiente.
- Evitar o Uso de Ar-condicionado com Entrada de Ar Externa: Caso utilize ar-condicionado, configure-o para recircular o ar interno, evitando a entrada de ar poluído do ambiente externo.
- Procurar Ajuda Médica se Necessário: Em caso de sintomas como falta de ar, tosse persistente, irritação nos olhos, nariz ou garganta, procure orientação médica imediatamente.
- Reduzir o Uso de Veículos: Quando possível, evite o uso de veículos que contribuam para a poluição do ar, especialmente em dias de muita fumaça.
- Informar-se sobre Medidas Locais: Fique atento às recomendações da Defesa Civil e outros órgãos de saúde pública. Eles podem emitir orientações específicas dependendo da gravidade da situação.
- Cuidar dos Animais de Estimação: Animais domésticos também podem ser afetados pela fumaça. Mantenha-os dentro de casa e ofereça água fresca com frequência. Observe sinais de desconforto respiratório e consulte um veterinário se necessário.
*Com informações G1
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