“Compromissos de longo prazo e a adoção de práticas efetivas não apenas protegem direitos humanos e compromissos institucionais, mas também mitigam riscos econômicos e reputacionais, promovendo uma gestão verdadeiramente sustentável e responsável nas cadeias de suprimentos.”
Por Régia Moreira Leite
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Coluna Follow-Up
Os debates interdisciplinares e intrassetoriais da Comissão de ESG do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) sempre consideram o perfil das empresas incentivadas pela SUFRAMA, que dependem de contrapartidas fiscais em seus contratos com o poder público. A transparência e a interatividade são premissas essenciais dessa rotina, especialmente no que diz respeito aos contratos com fornecedores.
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Além de parceiros internacionais, as empresas do Polo Industrial de Manaus mobilizam uma diversidade de parcerias nacionais e regionais de fornecedores, incluindo empresas terceirizadas. Este cenário recomenda uma abordagem ainda mais rigorosa para a gestão sustentável da cadeia de suprimentos, especialmente no que tange aos impactos ambientais diretos, como o desmatamento, as queimadas descontroladas da floresta, a disposição irregular de resíduos industriais e práticas de carbonização sem controle.
A circulação instantânea de informação expõe as empresas a riscos agravados não apenas por violações de direitos humanos e trabalho análogo ao escravo, mas também por danos ambientais significativos. Denúncias severas em setores como mineração, alimentação, bebidas, madeira e entretenimento demonstram a necessidade de políticas de controle mais efetivas na cadeia de suprimentos.
Durante os colóquios e debates na entidade, uma recomendação insiste que não é suficiente apenas romper contratos ou declarar conformidade após o surgimento de episódios críticos. É vital que as empresas reconheçam falhas no gerenciamento e adotem medidas proativas e transparentes desde o início de qualquer crise relacionada ao ESG.
![ESG no Polo Industrial de Manaus: a quantas andam nossas cadeias de suprimentos?](https://brasilamazoniaagora.com.br/wp-content/uploads/2024/05/fb329039-75f5-4ff5-9247-afdbeef66067-1103x630.webp)
Critica-se o foco apenas nos principais fornecedores e a negligência dos níveis mais baixos da cadeia, onde frequentemente se escondem os maiores riscos ambientais. A conformidade formal e a falta de processos de melhoria contínua, monitoramento e auditorias externas são insuficientes para o escrutínio crescente das atividades empresariais.
Inexiste regulação específica para nortear condutas mas todos perderão por esperar para mudar. Nesta semana, a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA, na sigla em inglês) publicou novas regras para que fundos ESG e sustentáveis sejam objetivamente rotulados para aporte de investimentos. O objetivo das diretrizes é garantir que os investidores estejam protegidos contra “alegações de sustentabilidade infundadas ou exageradas em nomes de fundos”, afirma a ESMA, em comunicado. Esses critérios claros e mensuráveis também serão adotados para reduzir artifícios para a prática de greenwashing.
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É necessário, pois, elaborar programas estruturados com metas claras e métricas específicas, além de processos de monitoramento robustos que incluam construção de uma agenda positiva com fornecedores. As práticas de mercado bem-sucedidas envolvem o engajamento ativo de toda a equipe de gestão da cadeia de suprimentos, desde a capacitação até a definição de incentivos, a formulação de estratégias, o uso de tecnologias de rastreamento e a implementação de KPIs.
Os KPIs (Key Performance Indicators) são parâmetros essenciais para acompanhar o cumprimento dos objetivos e a evolução do desempenho de qualquer organização, incluindo a sustentabilidade ambiental. Além disso, é de extrema importância que os gestores de cadeia de suprimentos realizem verificações no campo para assegurar a dignidade e os direitos dos trabalhadores terceirizados, bem como a integridade do meio ambiente. Compromissos de longo prazo e a adoção de práticas efetivas não apenas protegem direitos humanos e compromissos institucionais, mas também mitigam riscos econômicos e reputacionais, promovendo uma gestão verdadeiramente sustentável e responsável na cadeia de suprimentos
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Regia é economista, administradora, empresária, coordenadora da Comissão ESG e conselheira do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas
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