O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) anunciou que premiará a cacique indígena Katia Silene Tonkyre por suas excepcionais iniciativas de organização, empreendedorismo e esforços de conservação ambiental na Amazônia. A cerimônia de premiação ocorrerá em abril, na sede do IICA, na Costa Rica.
Katia, a líder indígena da aldeia Akratikatejé, localizada no estado do Pará, Brasil, é reconhecida pelo seu trabalho na coleta e produção sustentável de produtos locais como castanhas, mel e frutas, além de promover a educação e conscientização sobre a importância da proteção ambiental. Sua aldeia abriga 85 indígenas de 23 famílias da etnia Gavião da Montanha, que se dedicam à agricultura e pesca sustentáveis.
Receberá o prêmio “A Alma da Ruralidade”, Katia também foi convidada pelo IICA para participar de várias instâncias consultivas, enfatizando seu papel como guardiã da biodiversidade e segurança alimentar. O diretor-geral do IICA, Manuel Otero, destacou a importância de reconhecer indivíduos que promovem exemplos positivos para zonas rurais e a biodiversidade
Filha do respeitado cacique Payaré, Katia é a primeira mulher a liderar a aldeia Akratikatejé. Ela aprimorou o legado de seu pai, promovendo empreendedorismo que respeita a natureza, trazendo benefícios econômicos e sociais para sua comunidade através da produção sustentável.
Katia expressou sua visão sobre a sustentabilidade: “Não é necessário destruir a floresta para o progresso econômico. É possível conciliar desenvolvimento e conservação, utilizando os recursos da floresta de forma responsável e sustentável.”
A cacique também enfatizou a profunda conexão de sua comunidade com a natureza: “Somos a Amazônia, somos a floresta. Quando uma árvore morre, uma parte de nós também morre. Valorizamos nossos produtos sem agredir a natureza, como a castanha, que é nosso ouro, além do açaí, cacau e peixes.”
Este prêmio internacional reconhece o impacto significativo de Katia Silene Tonkyre nas práticas sustentáveis e na conservação da biodiversidade na Amazônia, demonstrando o potencial do empreendedorismo indígena e ambiental
*Com informações Agência Brasil
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