Servidores do Ibama e ICMBio ameaçam paralisar atividades externas, incluindo fiscalizações, exigindo do governo federal melhores condições salariais e tratamento justo
Mais de 1500 funcionários do Ibama e do ICMBio enviaram uma carta nesta terça-feira (5) aos presidentes das respectivas autarquias. Eles exigem que o governo federal atenda suas reivindicações trabalhistas. Com as discussões sobre aumento salarial estagnadas no Ministério da Gestão, os trabalhadores ameaçam cessar atividades externas, como inspeções, limitando-se a tarefas administrativas. Eles recordam as promessas “ambiciosas” feitas por Lula para o setor, mas criticam a “deslealdade” do governo para com eles.
A carta também menciona o desejo dos servidores de ter salários equivalentes aos da Agência Nacional de Águas (ANA), além de apontar a alta rotatividade nas autarquias. Eles acreditam que a insatisfação salarial faz com que as autarquias sirvam de “trampolim” para cargos mais lucrativos, exacerbando a falta de pessoal. O Observatório do Clima relatou que existem mais de 1500 vagas para fiscais do Ibama e do ICMBio, para o cargo de analista ambiental, em todo o Brasil, após desmonte dos órgãos ambientais no governo Bolsonaro.
Disparidade salarial e inércia do governo
Os salários dos funcionários das autarquias são significativamente menores em comparação com os da ANA. Um especialista em recursos hídricos da ANA ganha R$ 15.058,12 inicialmente, enquanto um analista ambiental inicia com R$ 8.817,72. A carta critica a inação do governo em relação às demandas dos Especialistas em Meio Ambiente, que tiveram papel crucial na redução de 22,3% no desmatamento na Amazônia, conforme dados do PRODES.
Objetivos e impactos da paralisação
O objetivo de suspender as atividades externas é destacar a relevância do trabalho desses profissionais no combate a crimes ambientais e nas inspeções para licenciamentos de infraestrutura. A carta expressa a crença de que o governo, eventualmente, reconhecerá a importância única da categoria, que desempenha um papel fundamental nos fóruns globais. O documento encerra afirmando a necessidade dos servidores de lutarem pelo reconhecimento merecido.
Com informações d’O Eco
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