Em um desenvolvimento ambiental significativo, o desmatamento na Mata Atlântica registrou uma queda de 59% entre janeiro e agosto de 2023, comparado ao mesmo período de 2022. Essa redução, divulgada pelo Sistema de Alertas de Desmatamento – uma iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica, Arcplan e MapBiomas – marca um avanço importante na preservação desse bioma crucial.
O boletim do MapBiomas Alerta indica que a área desflorestada no período mencionado foi de 9.216 hectares, uma redução notável frente aos 22.240 hectares do ano anterior. Essa tendência de diminuição já era perceptível desde o início do ano, com um boletim anterior de julho reportando uma redução de 42% até maio.
Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, ressalta que essa reversão de tendência é uma resposta direta ao aumento da fiscalização e mudanças nas políticas ambientais. Segundo ele, a era do governo Bolsonaro foi marcada por um aumento no desmatamento, mas os dados recentes indicam uma mudança positiva.
A queda no desmatamento é especialmente notável em estados como Paraná e Santa Catarina, tradicionais líderes nesse aspecto, onde o declínio foi em torno de 60%. Guedes Pinto atribui isso ao incremento nas medidas de fiscalização, imposição de embargos e restrições de crédito para produtores envolvidos em práticas de desmatamento.
Apesar dessa tendência positiva, há desafios a serem superados. Os dados excluem desmatamentos em fragmentos da Mata Atlântica localizados no Cerrado e na Caatinga, áreas onde, de janeiro a maio de 2023, o desmatamento aumentou em 13% e 123%, respectivamente. Ao somar todas as áreas desmatadas da Mata Atlântica, a redução cai para 26%, indicando um problema contínuo nessas regiões de transição.
Guedes Pinto enfatiza que esses encraves também estão protegidos pela Lei da Mata Atlântica, mas há uma disputa jurídica sobre a abrangência da lei nessas áreas. Ele critica a aplicação inadequada da lei por órgãos ambientais estaduais e municipais e apela por uma ação mais contundente do poder público para proteger esses ecossistemas vitais.
Em conclusão, apesar da significativa redução do desmatamento na Mata Atlântica, a luta para alcançar o desmatamento zero continua, exigindo esforços concentrados e a aplicação rigorosa das leis ambientais em todas as regiões do bioma.
*Com informações Agência Brasil
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