Na última terça-feira (19), a abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas foi marcada pelo pronunciamento do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Uma fala que não apenas simbolizou o retorno do Brasil ao cenário internacional civilizado, mas também ofereceu alívio aos brasileiros, após anos de incertezas e polêmicas.
Pautas centrais: Democracia, Desigualdade e Meio Ambiente
De forma consistente, Lula abordou temas cruciais. Ele destacou o combate às desigualdades e a crítica a uma mentalidade neoliberal que, em muitos locais, deu espaço a um nacionalismo retrógrado. Foi firme ao defender a democracia, mencionando os riscos emergentes de movimentos de extrema-direita. Além disso, trouxe à tona a imperativa reforma em instituições multilaterais, citando o Conselho de Segurança da ONU.
Lula na ONU: durante discurso foi interrompido cinco vezes por aplausos / Foto: Ricardo Stuckert
No campo ambiental, o presidente demonstrou firmeza, mesmo com deslizes temporais em sua referência ao início da conscientização sobre a crise climática. Sua ênfase na crise climática como também uma crise de desigualdade foi ressoada com aplausos, principalmente ao destacar a significativa redução nos alertas de desmatamento na Amazônia durante sua gestão.
Reconstrução da Imagem Internacional
A condução da equipe ministerial, particularmente por Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente), sinalizou o reposicionamento do Brasil no cenário internacional. Ações como o lançamento de títulos verdes da dívida pública brasileira em Nova York demonstram um movimento de resgate da confiança no país, após um período de afastamento dos ideais ambientais e econômicos defendidos pela comunidade internacional.
Ministros que integram a comitiva brasileira a Nova York e que estiveram na Assembleia a ONU para ouvir Lula (Fernando Haddad, da Fazenda, não pode comparecer devido à sua agenda) / Foto: Ricardo Stuckert
Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, resume bem o impacto do discurso de Lula ao dizer que, embora o foco climático tenha sido esperado, a imagem do país foi revolucionada, especialmente quando comparada com a gestão anterior.
Apesar do otimismo gerado pelo discurso de Lula, ainda há obstáculos a serem superados no plano doméstico. A exploração de petróleo na Amazônia e resistências partidárias são apenas algumas das contradições que devem ser enfrentadas. Além disso, projetos de lei em tramitação no Congresso podem tornar a agenda ambiental do governo mais desafiadora.
A esperança é que, como observado por Astrini, líderes políticos nacionais aprendam com as experiências e discursos internacionais, reajustando o curso de suas ações no Brasil.
Em resumo, a 78ª Assembleia Geral da ONU trouxe não apenas um alívio, mas também uma esperança renovada na capacidade do Brasil de cumprir seu papel vital no cenário mundial.
*Com informações Observatorio do Clima
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