De acordo com um novo relatório do Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago (EPIC), a poluição atmosférica representa um risco maior à saúde pública global do que o consumo de álcool e tabaco. Enquanto a China mostra melhorias significativas, a situação está se agravando no sul da Ásia, uma região já gravemente impactada.
A maior ameaça à saúde pública
O relatório anual do Índice de Qualidade de Vida do Ar (AQLI) mostrou que partículas finas emitidas por veículos, indústrias e incêndios florestais estão associadas a uma variedade de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, pulmonares, câncer e derrames. Surpreendentemente, o relatório também revelou que, se as emissões fossem reduzidas aos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde, a expectativa de vida global aumentaria em 2,3 anos. Em comparação, o consumo de tabaco reduz a expectativa de vida em 2,2 anos.
O estudo destacou a falta de recursos financeiros destinados ao combate à poluição atmosférica, especialmente quando comparado ao financiamento para doenças infecciosas. “Há uma profunda desconexão entre onde a poluição do ar é pior e onde nós, coletiva e globalmente, estamos mobilizando recursos para resolver o problema”, disse Christa Hasenkopf, diretora de programas de qualidade do ar da EPIC.
A Situação na Ásia e África
O sul da Ásia emerge como a região mais impactada pela poluição atmosférica. Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão são os quatro países mais poluídos em termos de concentração de partículas finas (PM2.5). O relatório sugere que os residentes do Bangladesh poderiam ganhar até 6,8 anos de vida se a poluição atmosférica fosse reduzida para os níveis recomendados pela OMS.
Contrastando com o cenário no sul da Ásia, a China viu uma queda de 42,3% na poluição atmosférica entre 2013 e 2021, graças a esforços significativos para combater o problema. Nos Estados Unidos, medidas legislativas como a Lei do Ar Limpo resultaram em uma redução de 64,9% na poluição desde 1970, aumentando a expectativa de vida em 1,4 anos.
O estudo do EPIC serve como um alerta para governos e organizações globais. A necessidade de enfrentar a poluição atmosférica como uma emergência de saúde pública é mais urgente do que nunca, especialmente nas regiões mais vulneráveis do mundo.
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