O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu a desoneração de carros elétricos produzidos no Brasil, para estimular a introdução da tecnologia no país. Ele mencionou que os Estados Unidos oferecem bônus de US$ 7 mil para a compra de veículos movidos a eletricidade produzidos naquele país.
Mercadante criticou o fato de que a importação de veículos elétricos é livre de impostos, mas não a produção nacional, destaca O Globo. “Não faz sentido o Brasil desonerar a importação e taxar a produção doméstica; temos de buscar outro modelo porque quem gera emprego, paga impostos, paga a maior taxa de juros do mundo não tem benefício e o carro pronto de fora vem desonerado.”
A União Europeia criou um banco público para financiar essa rota tecnológica, enquanto a Alemanha já vinha praticando juro zero no financiamento do hidrogênio verde, uma das fontes de energia das baterias dos VEs, segundo o Estadão. “É com isso que vamos competir”, pontuou o presidente do BNDES.
Já em relação aos ônibus elétricos, Mercadante disse que o governo poderia abrir uma linha especial para a compra desses veículos. O objetivo seria alavancar a demanda, de acordo com o Metrópoles.
“É evidente que temos interesse na descarbonização. Mas metade da nossa emissão é desmatamento e queimada e 24% é agropecuária. Dois terços do nosso problema estão muito mais no campo do que na cidade. De qualquer forma, nós vamos ter que avançar na direção do carro elétrico e do ônibus elétrico. Esse é o futuro.”
Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), a venda de carros híbridos e movidos a eletricidade bateu recorde em maio. Apesar disso, Gastón Diaz Perez, presidente da Bosch, uma das maiores fabricantes de autopeças do mundo, disse que o Brasil teria várias outras rotas tecnológicas à disposição antes da eletrificação para descarbonizar o setor de transportes, como os biocombustíveis e os híbridos flex, a gasolina e etanol.
A proposta do BNDES de desonerar a produção nacional de VEs foi noticiada também por UOL, Terra e Investing.com.
Em tempo: A resistência de Akio Toyoda, presidente do conselho da Toyota, em tornar a frota de veículos da montadora completamente elétrica pode destituí-lo do cargo. A cautela não tem agradado acionistas e gerentes dos Estados Unidos e da Europa, que dizem que votaram ou pretendem votar pela retirada do seu assento na reunião anual da empresa, prevista para esta 4ª feira (14/6), informa o Estadão.
Contudo, a reticência da Toyota em produzir apenas veículos elétricos não se restringe ao presidente do conselho. Em conversa com jornalistas na cúpula do G7 em Hiroshima, o cientista-chefe da montadora, Gill Pratt, disse que a escassez de matérias-primas essenciais para a montagem de baterias é o principal obstáculo para uma adoção generalizada do modelo elétrico pelos consumidores no mundo.
Texto publicado em CLIMA INFO
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