Uma operação conjunta da Polícia Federal, do IBAMA e da FUNAI realizada na última 5ª feira (11/5) iniciou a retirada de invasores da Terra Indígena Karipuna, em Rondônia.
Investigações conduzidas pela PF nos últimos meses identificaram ao menos 12 focos de desmatamento associados à extração ilegal de madeira, além de loteamento ilegal de áreas dentro do território.
De acordo com a PF, a madeira extraída ilegalmente da Terra Karipuna era comercializada por 20 madeireiras e serrarias da região com o uso da falsificação de documentos referentes à origem da mercadoria.
Como é usual nestes crimes, os criminosos “esquentavam” a madeira por meio de emissões e transferências simuladas de créditos virtuais do Sistema de Documento de Origem Florestal (SISDOF), utilizando laranjas e planos de manejo fraudulentos em Rondônia e em outros estados.
Carlos Madeiro destacou no UOL uma das surpresas encontradas pelos agentes federais em Karipuna: uma madeireira completa dentro do território, dotada inclusive de painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica. Foram encontradas também outras 20 estruturas industriais de pequeno porte.
Até a última 6ª feira, ao menos uma pessoa tinha sido presa em flagrante pelos agentes, além de 12 madeireiras indiciadas e 14 empresas autuadas. Mais de 7 mil m3 de madeira foram apreendidos, além da aplicação de multas que somam R$ 1,5 milhão.
Agência Brasil, CNN Brasil, Folha e g1 também abordaram a ação contra invasores na Terra Karipuna.
Em tempo 1: As Terras Indígenas são fundamentais para o combate ao desmatamento e a proteção florestal no Brasil. No entanto, as áreas recém-demarcadas pelo governo federal terão desafios para resistir à pressão externa pela devastação.
O g1 publicou análises do WWF-Brasil e do MapBiomas que revelam que cinco dos seis novos territórios indígenas – Arara do Rio Amônia (AC), Avá-Canoeiro (GO), Rio dos Índios (RS), Kariri-Xocó (AL) e Tremembé da Barra do Mundaú (CE) – apresentam tendência de alta no desmatamento nos últimos anos, puxada principalmente por grileiros, garimpeiros e madeireiros.
Em tempo 2: O g1 noticiou que o prefeito de São Félix do Xingu (PA), João Cleber de Souza Torres, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) sob a acusação de ter beneficiado a ação de garimpeiros ilegais na Terra Indígena Apyterewa, a mais desmatada do Brasil em 2019 e 2020.
Além do político, o MPF denunciou Raimundo Pereira dos Santos Neto, um capitão da reserva do Exército e ex-coordenador regional da FUNAI na gestão Bolsonaro, e Gaspar Francisco da Silva, um grileiro. Segundo o MPF, João Cleber teria permitido a abertura de uma estrada dentro do território para facilitar o escoamento do minério de origem ilegal.
Texto publicado em CLIMA INFO
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