O CEBDS desenvolveu um estudo, em parceria com o Idesam, que mapeia na região amazônicas as boas e replicáveis práticas que mantém a floresta em pé e desenvolvem a região
O desenvolvimento sustentável na maior floresta tropical do mundo é uma realidade que gera negócios, empregos e renda com as árvores em pé. É o que mostram as experiências detalhadas no “Estudo de Boas Práticas Empresariais na Amazônia”, realizado pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) em parceria com o Idesam. Ao todo, a publicação inédita detalha 11 projetos realizados por empresas que combinam produção e preservação. As iniciativas envolvem mais de 30 parceiros na Amazônia Legal e beneficiam diretamente 50 mil pessoas.
O estudo aponta caminhos e oportunidades para um maior engajamento em práticas sustentáveis na região. No documento são apresentadas iniciativas que enfrentaram os desafios típicos da Amazônia – que precisaram se reinventar, se adaptar e que, por isso, são escaláveis e podem ser aplicadas em diferentes contextos de atuação. São negócios como restauração de áreas degradadas, capacitação profissional, desenvolvimento de startups, agricultura sustentável e de maior produtividade, bioeconomia, inteligência artificial na prevenção ao desmatamento e extrativismo.
“As empresas vêm assumindo seu protagonismo para a construção de um novo modelo econômico, que pode ser o grande diferencial do país na economia global. É urgente o chamado ao envolvimento ativo e responsável do setor privado na valorização e conservação da Amazônia, promovendo ações positivas e usando seu próprio poder de influência para alavancar pautas ambientais e práticas que beneficiem a região. Este estudo prova que é possível desenvolver negócios mantendo a floresta em pé e envolvendo os mais diversos atores regionais”, ressalta Marina Grossi, presidente do CEBDS.
O trabalho inédito faz parte do Movimento Empresarial pela Amazônia, iniciativa liderada pelo CEBDS que visa construir uma agenda efetiva em defesa do desenvolvimento sustentável, da criação de emprego e renda com a floresta em pé e da redução do desmatamento.
Os projetos trazem como resultados a geração de renda para as comunidades; o estímulo ao empreendedorismo; a inovação tecnológica; a restauração florestal; boas práticas agrícolas; e a capacitação profissional. São negócios focados em ações como descarbonização; rastreabilidade da cadeia produtiva; capacitação de fornecedores; parcerias para pesquisa, desenvolvimento e inovação; e investimentos em ações estruturantes.
“Esse mapeamento é, acima de tudo, um ‘call to action’ para empresas que atuam na região, ou que têm interesse em contribuir com a defesa da Amazônia. O objetivo é apontar diferentes caminhos e trazer diferentes modelos de projetos e iniciativas que possam inspirar parcerias e ações semelhantes, fomentando assim uma atuação mais responsável e gerando mais valor compartilhado”, explica Mariana Pavan, consultora do Idesam.
O estudo também destaca quais foram os principais desafios que as empresas tiveram durante a implantação, o que pode facilitar a replicação das iniciativas. São sete: falta de mão-de-obra especializada; logística; dificuldades no escoamento da produção; monitoramento de impacto; garantia de renda sustentável; gargalos estruturais; e tecnologias e arranjos inadequados à região. Essas barreiras resultaram em lições aprendidas, como metodologias e procedimentos corporativos flexíveis à realidade local; transparência no diálogo; construção e valorização das capacidades locais; e comprometimento da alta liderança empresarial.
“Este é um estudo importantíssimo porque detalha o ‘caminho das pedras’ já percorrido pelas empresas participantes. Transforma os projetos analisados em inspiração para novas iniciativas na região, ou até mesmo o engajamento de mais atores em ações que estão em andamento”, conclui Grossi.
As empresas que participaram do “Estudo de Boas Práticas Empresariais na Amazônia” são: Amaggi, Amazon, Bayer, Dow, Energisa, Michelin, Microsoft, Natura, Neoenergia, Suzano e Vale.
Qual o papel do setor privado nos dias de hoje para a Amazônia? Essa foi a principal pergunta que norteou a realização desse estudo e pautou as pesquisas e diálogos com as empresas e especialistas entrevistados nos últimos meses. Gerar valor compartilhado, contribuir para o desenvolvimento local, valorizar a floresta em pé e seus ativos, promover a bioeconomia, apoiar e fortalecer políticas públicas que valorizem a região…
Não existe uma única
resposta. Mas todos apontam para uma mesma direção: nos próximos anos, as empresas deverão ter um papel protagonista para a construção de um novo modelo de desenvolvimento que será o grande diferencial do Brasil na economia global. Isso inclui tanto empresas que operam diretamente na Amazônia, as que não estão localizadas na Amazônia mas compram produtos ou insumos locais, e até mesmo aquelas que não possuem qualquer relação com a região, mas passarão a operar para atingir metas ESG ou para contribuir com a redução de emissões de carbono no Brasil.
O propósito deste estudo é apontar caminhos e oportunidades para um maior engajamento do setor privado na incorporação de práticas que contribuam para a conservação de florestas e desenvolvimento sustentável na região. As soluções exemplificadas são aplicáveis para diferentes contextos de atuação.
Sobre o CEBDS
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Fundado em 1997, reúne 100 dos maiores grupos empresariais do país, cujo faturamento somado equivale a 47% do PIB brasileiro e que geram 1,1 milhão de empregos. Representa no Brasil a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22 setores industriais, além de 200 grupos empresariais que atuam em todos os continentes.
Sobre o Movimento Empresarial pela Amazônia
Criado e liderado pelo CEBDS, o Movimento Empresarial pela Amazônia (MEA) visa mobilizar empresas e lideranças a inserir a Amazônia nas suas estratégias de negócios e ajudar o país a cumprir os compromissos climáticos assumidos no âmbito do Acordo de Paris – entre eles, zerar o desmatamento ilegal até 2028 e alcançar a neutralidade de carbono em 2050. A iniciativa visa fomentar novos modelos de negócios com a floresta a partir das expertises das empresas associadas, pois são vastas as oportunidades nas áreas de bioeconomia, infraestrutura, conectividade, créditos de carbono e soluções baseadas na natureza.
Com informações da assessoria do Idesam
Comentários