Quem tem medo que o Brasil vire uma Venezuela deve estar mais atento ao que acontece na Amazônia. Em artigo publicado em O Globo, Raoni Rajão e Simon Lobach explicam como o atual presidente brasileiro segue a mesma cartilha do presidente venezuelano Nicolás Maduro ao tentar legalizar a mineração em Terras Indígenas, com o consequente aumento do desmatamento da Amazônia. Eles lembram que em 2016 Maduro não só conseguiu investimentos como aumentou os garimpos ilegais no Arco da Mineração.
Outro tema a ser observado por quem teme a venezuelização do Brasil é a fome: pequenos agricultores estão sofrendo de insegurança alimentar, como aponta a Carta Capital. Um dos motivos é o desmonte de políticas públicas, como os do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Familiar (PNAE). Já o Acre, de Chico Mendes, hoje está voltado ao agronegócios e não à preservação das florestas, com um governador eleito que está alinhado ao atual presidente, como registra DW.
Eleitores de Bolsonaro
A Amazônia perdeu nessas eleições, de uma forma ou de outra, na análise do correspondente da América do Sul para a Deutsche Welle, o jornalista Alexander Busch. Um de seus argumentos é que um número elevado de apoiadores de Bolsonaro foram eleitos como senadores e deputados: a bancada BBB – Boi, Bíblia e Bala. Os estados com taxa de desmatamento alta também tiveram como vencedores governadores que apoiam esta política. Ele menciona ainda o fato de que a preservação da floresta Amazônia não é uma prioridade para muitos brasileiros.
Em tempo: O Parque Estadual (PES) Cristalino, considerado a última fronteira do desmatamento no Mato Grosso, teve 7 mil hectares queimados na parte de sua Unidade de Conservação, localizada na divisa com Pará, informou ((o))eco. Já haviam sido queimados 3,3 mil hectares.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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