Por Luli Radfahrer
A explicação para isso, diz Luli Radfahrer, é que elas consomem uma quantidade enorme de água na sua produção, e água, como se sabe, é um recurso natural cada vez mais raro
O tema desta coluna do professor Luli Radfahrer são os carros elétricos, que não poluem por não usarem combustíveis fósseis, como a gasolina, ou renováveis, como o álcool. Há um problema, no entanto, que são as baterias, mais precisamente sua produção, “porque um carro usa uma bateria muito maior do que um telefone e não é fácil você conseguir os minerais para fazer essa bateria”. Além de raros, estão localizados em regiões de conflitos, como o Congo, na África.
Outro problema está relacionado ao consumo de água dessas baterias de lítio, que são as mais populares. “A produção de uma tonelada de lítio para fazer baterias consome uma quantidade tão grande de água que está secando vários aquíferos nas regiões das minas” – nesse caso, no Chile – “e criando um problema muito sério”.
No mais, não se pode esquecer que a água tende a se tornar um recurso cada vez mais raro e cada vez mais delicado para ser usado. “Uma bateria, mesmo que ela não crie muito problema, mesmo que ela não cause muita poluição, se consumir muita água pode ter um problema, e a bateria de lítio, em especial, é um grande problema no consumo de água.” Porque o que se procura, de acordo com o colunista, é uma bateria que tenha uma grande performance, que funcione muito bem, então, a bateria de lítio é hoje a mais eficiente.
Ele conclui: “A gente tem que pensar que o veículo elétrico é um substituto do veículo de combustível fóssil, mas ainda não é uma grande solução”. Ou seja, o problema não está apenas nos carros, “praticamente toda tecnologia, seja ela uma tecnologia superpopular, como o telefone celular ou como o relógio, ou seja ela enorme, como um automóvel, um caminhão, um avião vai ter um problema de bateria. E a gente precisa começar a considerar a bateria dentro de todo o ecossistema do produto digital, porque ele pode ser muito lindo, ele pode ser melhor do que o que você tem hoje, mas muitas das vezes ele não resolve o problema e pode até criar outros piores com o tempo”.
Fonte: Jornal da USP
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