Os níveis de dióxido de carbono na atmosfera atingiram os patamares mais altos já registrados em qualquer mês do calendário em abril, com média de 420 partes por milhão (ppm) pela primeira vez desde que as observações começaram em 1958, de acordo com novos dados divulgados pelo Scripps Institution of Oceanography. A notícia é do Axios.
Como normalmente o pico anual ocorre em maio, antes da estação quente do Hemisfério Norte, quando a vegetação absorve o gás, é provável que tenhamos números mais altos neste mês, na opinião de Pieter Tans, que monitora os gases de efeito estufa da NOAA, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica.
“O mundo efetivamente não fez nenhum progresso sério em comparação com o que é necessário”, disse Tans. “Nós realmente precisamos nos concentrar na diminuição das emissões e não tivemos muito sucesso globalmente porque a taxa de aumento de CO2 permanece tão alta quanto na última década”.
Tans e outros pesquisadores disseram à Axios que as taxas de crescimento sustentado ano a ano nas concentrações de CO2 são sem precedentes. A marca de 400 ppm foi superada há menos de uma década, em 2013, e as quantidades de CO2 aumentaram mais de 2 ppm a cada ano.
A reportagem lembra que apenas cortes acentuados de emissões a partir desta década podem reduzir os níveis de CO2 o suficiente para se cumprir as metas de temperatura estabelecidas no Acordo Climático de Paris.
Em tempo: Um relatório da S&P Global mostra o risco econômico causado por eventos relacionados ao clima em 135 países. O objetivo do trabalho era descobrir quanto uma determinada economia está exposta ao risco climático, em uma escala de 0% do PIB (indicando que a economia provavelmente não será exposta a riscos climáticos) a 100% do PIB (ou seja, toda a economia pode estar exposta a riscos climáticos). Spoiler: no caso do Brasil, o cálculo indica perda de 9% do PIB. Com esses dados, a revista Time criou gráficos que mostram que as economias com enorme risco climático – em alguns casos 100% expostas – geralmente estão a 20 graus do equador. Já os países com risco mínimo ficam em uma ampla faixa de latitudes mais perto dos polos.
Fonte: Clima INFO
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