Ambientalistas eram conhecidos pelo trabalho de mais de 20 anos na preservação de tartarugas. Anistia Internacional cobrou investigações
A Polícia Civil do Pará começou a ouvir testemunhas do homicídio de ambientalistas ocorrido na zona rural de São Félix do Xingu, no Pará. Os corpos foram encontrados no último domingo (09). José Gomes, conhecido por Zé do Lago, sua esposa Márcia Nunes Lisboa e a filha do casal, Joene Nunes Lisboa, foram encontrados mortos próximos a sua residência já com sinais de decomposição. Nesta terça-feira (11), foram ouvidas duas pessoas sobre o caso após diligências realizadas pela polícia no local do crime. A polícia ainda não sabe a data exata dos assassinatos.
A família morava na ilha da Cachoeira do Mucura, a cerca de 90 km da zona urbana de São Félix do Xingu e trabalhava na proteção de tartarugas e tracajás (quelônios) na região. Em vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver projéteis de arma de fogo próximos aos corpos, que foram encontrados em lugares diferentes: o pai e a filha próximos à residência, e a mãe na beira do rio Xingu.
O governador do estado do Pará, Helder Barbalho (MDB), foi cobrado por internautas nas redes sociais para se posicionar sobre o caso.
Nesta quarta-feira (12), segundo nota emitida pela Polícia Civil, deverão ser ouvidas mais testemunhas. O delegado responsável pelo caso não concedeu entrevista sobre a investigação. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios de Marabá e pelo Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Redenção. A Polícia Civil mantém um disque-denúncia ativo para o recebimento de qualquer informação pelo número 181.
A Anistia Internacional publicou uma nota em que manifesta indignação pelo assassinato da família. “A Anistia Internacional cobrará e estará atenta às investigações que têm o dever de elucidar as circunstâncias dos assassinatos de Zé do Lago, Márcia e Joene. Os responsáveis pelos crimes devem ser identificados e responsabilizados de maneira célere e efetiva. O Estado brasileiro possui a obrigação de agir para conter a onda de violência e o ciclo de impunidade que se perpetuam na região amazônica e em todo o território nacional”, escreveram.
De acordo com relatório da Global Witness, o Brasil é o quarto país que mais mata ambientalistas no mundo. Em 2020, foram registrados vinte assassinatos de defensores do meio ambiente no país.
Fonte: O Eco
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