O convênio se destaca por prever mecanismos de retenção de talentos após a execução dos projetos, de quatro a cinco anos após a seleção
A USP, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Instituto Pasteur assinaram, no dia 8 de dezembro, um acordo para o financiamento de projetos de jovens pesquisadores na área de ciências biomédicas a serem desenvolvidos na Plataforma Científica Pasteur-USP (SPPU, na sigla em inglês), no campus da USP em São Paulo, por um período de quatro anos. O convênio se destaca por prever mecanismos de retenção de talentos após a execução dos projetos, de quatro a cinco anos após a seleção.
A assinatura do documento foi realizada na sede do instituto, em Paris, e contou com a presença do presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago; do reitor da USP, Vahan Agopyan; e do diretor-geral do Instituto Pasteur, Stewart Cole.
“A Fapesp já apoia a Plataforma Científica Pasteur-USP financiando projetos de pesquisa em andamento. Agora, lançamos esta forma nova de atração de recursos humanos, associando o programa Jovens Pesquisadores com apoio adicional do próprio Instituto Pasteur. Estamos certos de que, dessa forma, vai se consolidando esta iniciativa internacional na área de doenças infecciosas e imunologia”, afirma Zago.
Para o reitor da USP, Vahan Agopyan, “o convênio atende a duas importantes ações que a USP tem adotado nos últimos anos: manter elevado grau de internacionalização de suas atividades e atrair e reter talentos. A plataforma é um bom exemplo de que a boa reputação internacional da Universidade já está nos dando oportunidade de manter parcerias com instituições com a competência e o renome do Instituto Pasteur da França”.
Serão lançados três editais para pesquisadores de todo o mundo, que não tenham vínculo com uma instituição brasileira ou estrangeira. Cada projeto receberá cerca de R$ 2 milhões em quatro anos, além da bolsa ou complemento de salário para o pesquisador principal e bolsas para estudantes. Ao final, o pesquisador principal poderá concorrer a uma vaga permanente.
O primeiro edital deverá ser lançado no primeiro trimestre de 2022; o segundo, em 2023; e o terceiro, em 2024.
Os projetos deverão estar em sintonia com a política científica da Plataforma Científica Pasteur-USP, que desenvolve pesquisas focadas em doenças infecciosas emergentes e negligenciadas, transmitidas por patógenos que causem respostas imunes complexas e que produzam distúrbios no sistema nervoso.
Seleção
O processo de seleção será feito em duas etapas. Na primeira, a Fapesp irá selecionar os três melhores candidatos entre todos os que foram submetidos. Na segunda etapa, um comitê da USP e um do Instituto Pasteur avaliarão independentemente os três dossiês selecionados pela Fapesp. Finalmente, um comitê misto, com membros da USP, Pasteur e Fapesp, fará a seleção do vencedor de cada ano.
Para garantir a retenção de talentos, ao final dos quatro anos do projeto, cada pesquisador principal poderá concorrer competitivamente a uma vaga de docente, oferecida pela USP ou pelo Instituto Pasteur para trabalhar permanentemente na Plataforma.
A cerimônia de celebração do acordo também contou com as presenças do presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Valmor Tricoli, também membro do Comitê de Coordenação da Plataforma Científica Pasteur-USP; do diretor adjunto de Administração e Finanças do Instituto Pasteur, François Romaneix; e da representante do Instituto no Comitê de Coordenação da SPPU, Jennifer Hurley.
Plataforma científica
A Plataforma Científica Pasteur-USP é resultado de uma parceria firmada em 2015 entre a USP, o Instituto Pasteur e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o objetivo de desenvolver pesquisas de agentes patogênicos emergentes e métodos para prevenir epidemias de doenças infecciosas que podem provocar danos no sistema nervoso central, como a zika, a dengue, a febre amarela, a influenza e a doença do sono.
Localizada no Centro de Pesquisa e Inovação Inova USP, a Plataforma dispõe de 17 laboratórios de pesquisa focados no estudo de patógenos para prevenção de epidemias, atuando como uma célula de intervenção de urgências. Nela funcionam laboratórios de pesquisa de nível de biossegurança 3, equiparáveis aos parâmetros internacionais, onde são estudados patógenos de alto risco.
Fonte: Jornal da USP
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