A tarifa de eletricidade subiu quase 20% este ano, registrando um acumulado de mais de 30% nos últimos 12 meses. As contas do setor indicam que os reajustes no ano que vem devem aumentar mais 20% só para compensar a entrada das caríssimas termelétricas fósseis neste ano. Como no ano que vem tem eleição, o atual presidente deve soltar uma medida provisória empurrando os reajustes, ou parte importante deles, para depois de modo a evitar que a inflação ajude as oposições. Um editorial do Estadão chamou isso tudo de “uma verdadeira pedalada elétrica.”
A pedalada virá provavelmente na forma de mais um empréstimo de mais de R$ 15 bilhões pagáveis pelas contas de luz em nem tão suaves prestações durante 4 a 5 anos. Vale ler o artigo de Marcelo Roubicek, no Nexo, contando o estado atual da crise hídrica e o que deve vir pela frente. As chuvas das últimas semanas afastaram o perigo de apagões por enquanto, mas a situação no ano que vem dependerá muito de quanto chover até as águas de março.
A este respeito, a Organização Meteorológica Mundial (WMO) soltou uma atualização do La Niña dando conta que as temperaturas permanecerão ligeiramente abaixo da média em boa parte do país e haverá mais chuvas no Norte e Nordeste. O Sudeste e o Centro-Oeste seguem sendo zonas indefinidas para a WMO. O Valor comentou as informações.
Em tempo: No leilão de energia nova do final de setembro, uma térmica a cavaco de madeira esteve entre as vencedoras e sinalizou uma opção a mais para reduzir a penetração dos fósseis. O país tem cerca de 80 térmicas queimando madeira – cavacos, restos e até de plantações dedicadas de eucalipto. E a atual crise hídrica, elevando o preço da eletricidade, torna esta rota ainda mais atraente. O Globo publicou uma matéria sobre algumas destas térmicas mais recentes e falou com André Ferreira, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), quem entende que “é bom que se tenha, mas não resolve o problema do setor [elétrico]. É bem-vindo desde que a origem da madeira seja clara”.
O país também tem 13 térmicas alimentadas a casca de arroz, quase todas no Rio Grande do Sul. O Valor falou sobre a 14ª que está a caminho, também no mesmo estado e que, como as outras, gera vapor e uma parte da eletricidade para o processamento do arroz e vende o excedente de eletricidade para a rede.
Em tempo: Moradores da Grande São Paulo já estão enfrentando períodos sem água, embora, como em 2014, o governo e a Sabesp sequer sussurram a palavra “racionamento”. Segundo O Globo, as chuvas de novembro não foram suficientes para aliviar as represas que abastecem a região que seguem abaixo dos níveis registrados em novembro de 2013.
Fonte: ClimaInfo
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