A reunião dos líderes do G20, que ocorrerá nos dias 30 e 31 de outubro, já se transformou em uma antessala da COP26. Uma carta foi enviada ao primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, exigindo que os maiores poluidores assumam rapidamente um compromisso firme com a meta de 1,5°C. Assinam a carta países particularmente vulneráveis às mudanças do clima: Costa Rica, Ilhas Marshall, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Bélgica, Estônia e Letônia. “Nossa mensagem é muito clara, a de que precisamos que o G20 se apresente e aumente suas ambições antes de nos encontrarmos em Glasgow”, afirmou à Reuters a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen. O Valor também destacou como o encontro do G20 já está servindo para calibrar o tom esperado na COP26.
Mas a crise de energia tem diminuído o ímpeto para grandes compromissos. A Bloomberg conta os bastidores do que seria um esforço de 20 diplomatas para encerrar de vez a história do uso do carvão pela humanidade, e que por fim se converteu na busca por compromissos dos países para ao menos deixar de financiar plantas movidas a carvão no exterior.
A percepção de que a COP26 pode ficar abaixo da ambição necessária começa a crescer. O Guardian reporta este temor a partir das dificuldades para a participação dos países-ilha do Pacífico devido às restrições da COVID e ao custo elevado de se viajar ao Reino Unido. Pelo lado positivo, uma ausência notável será a do grupo de empresas produtoras de combustíveis fósseis, que vão apenas passear por alguns eventos periféricos da COP. O palco a elas foi negado porque seus planos Net Zero de mentirinha submetidos à ONU não atendem aos critérios mínimos de ambição climática, segundo comunicações obtidas pelo Guardian. Já o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, estará em Glasgow. O país é o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa, atrás de EUA e China, mas diferentemente destes dois, ainda não apresentou em sua meta um plano de emissões zero até meados do século, considerado essencial para o alcance da meta de 1,5°C. Reuters e Independent repercutiram o anúncio.
Em tempo 1: A paciência de jovens ativistas pelo clima, como Greta Thunberg, está cada vez mais curta: hoje ela acusou países como Reino Unido, Estados Unidos e China de fazerem contabilidade criativa de carbono para fingir terem credenciais climáticas. A chefe do Greenpeace, Jennifer Morgan, conversou com a AP sobre a desconfiança em relação aos resultados da COP e afirmou que líderes globais precisam “dar esse tipo de esperança e confiança ao povo, de que estão dispostos a fazer coisas que os interesses corporativos não querem que eles façam”.
Em tempo 2: A desconfiança se justifica: há ao menos 30 anos os países sabem que a queima de combustíveis fósseis está aquecendo o clima na Terra e desde então continuam falhando em reduzir emissões. Essa história é contada em detalhes pela Bloomberg, com uma série de infográficos.
Fonte: ClimaInfo
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