Os novos dados do Sistema SAD/Imazon mostram um aumento expressivo do desmatamento na Amazônia no último setembro. Foram devastados 1.224 km2 de floresta, a pior marca para setembro em 10 anos. Para comparação, a área florestal destruída apenas no mês passado corresponde ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo o Imazon, o desmatamento em setembro foi 1% superior ao registrado no mesmo mês no ano passado, mas 53% maior do que o observado em setembro de 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, e incríveis 276% acima da destruição registrada em setembro de 2018, antes da chegada de Bolsonaro ao poder.
O acumulado do desmatamento em 2021 também preocupa: nos primeiros nove meses do ano, a área desmatada chegou a 8.939 km2, 39% a mais do que no mesmo período de 2020, e o pior índice em 10 anos. Setembro também foi o 6º mês de 2021 em que a Amazônia teve a maior área destruída na década, depois de março, abril, maio, julho e agosto. O Globo repercutiu os dados.
O cenário apresentado pelo Imazon difere pouco daquele apontado pelo INPE no começo do mês: segundo o sistema DETER, os alertas de desmatamento em setembro passado somaram 985 km2, o 2º pior número para o mês da série histórica, atrás apenas de setembro de 2020.
Com o desmatamento em alta, o governo Bolsonaro bate cabeça para conseguir conter a situação e não afundar ainda mais a imagem do Brasil no exterior. Missão praticamente impossível já que os dois órgãos ambientais da União, IBAMA e ICMBio, executaram apenas 22% do orçamento previsto para 2021 até o mês de setembro, conforme relata André Borges no Estadão. Dos R$ 384,9 milhões no caixa do ministério do meio ambiente para ações de combate ao desmatamento e às queimadas, apenas R$ 83,5 milhões foram efetivamente utilizados.
Os dados foram compilados pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), que também analisou o gasto do governo federal com a proteção de Unidades de Conservação: o valor anual gasto pelo ICMBio nessa tarefa até agora é de mísero R$ 1,11 por hectare. Atualmente, a autarquia administra mais de 171 milhões de hectares de áreas protegidas, mas utilizou apenas R$ 191,7 milhões até o final de setembro. O Poder360 também repercutiu estes dados.
Enquanto isso, a penúria também é forte no INPE. De acordo com o relato feito por Cristiane Prizibisczki no ((o)) eco, o Instituto está com dificuldades para pagar gastos essenciais, como o consumo de água e eletricidade. O orçamento do INPE para despesas operacionais termina em novembro, mas a realocação de R$ 5 milhões pela Agência Espacial Brasileira permitirá ao menos a cobertura desses gastos até o final do ano. Em 2021, o orçamento do INPE foi de R$ 77 milhões, o menor valor de sua história.
Fonte: ClimaInfo
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