Enquanto Bolsonaro apela aos brasileiros para deixar de usar elevadores e tomar banho quente, o setor elétrico nacional está atento para as chuvas desta primavera nos Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Por um lado, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) espera por um bom nível de chuvas no Sul, o que pode ajudar a recuperar os reservatórios das hidrelétricas da região. Por outro, a situação é mais preocupante nos Centro-Oeste e Sudeste: a expectativa é de que essas regiões atravessem seu pior momento hídrico em duas décadas, com os reservatórios fechando setembro com nível médio de 12,6%. CNN Brasil, Folha, O Globo, Poder360 e Valor repercutiram essas projeções.
Para evitar o colapso no fornecimento elétrico, o governo prevê aumentar a importação de energia da Argentina, além de acionar o parque termelétrico nacional e ampliar sua capacidade de geração no curto prazo. Segundo a Reuters, o ONS prevê importar entre 1,3 mil MW e 2.770 MW para os próximos meses. Essas medidas, a despeito de compensarem a queda na geração hidrelétrica, deverão manter os custos de energia em patamares mais altos nos próximos meses. Mas os efeitos de longo prazo da crise podem ser ainda piores: os reflexos da energia mais cara, tanto na conta de luz como na inflação, devem pesar no bolso de consumidores e empresas até pelo menos 2025, informou O Globo.
Na CNN Brasil, Roberto Kishinami (iCS) ressaltou que a crise hídrica e elétrica deve adentrar 2022 mesmo se tivermos, neste verão, chuvas acima do esperado. “Precisamos olhar para a ciência como um coletivo. As chuvas ainda vão demorar. E isso pode colocar nossa matriz em um estresse, principalmente nessa reta final de ano. Estamos arrastando com a barriga e deve se arrastar até 2022”.
Em tempo: A seca e os problemas hídricos e elétricos do Brasil foram destaque recente na imprensa internacional. Na Associated Press, Diane Jeantet abordou o debate em torno da eventual retomada do horário de verão no Brasil como uma medida para ajudar na economia de energia. Já no Washington Post, Diego Laje, Anthony Faiola e Ana Vanessa Herrero deram um panorama mais amplo da estiagem, destacando também seus efeitos no Paraguai e no norte da Argentina.
Fonte: ClimaInfo
Comentários