Um relatório do think tank britânico Planet Tracker mostrou o impacto que o desmatamento na Amazônia já causa na economia brasileira. De acordo com a análise, a destruição da floresta, junto com a mudança do clima, está prejudicando o regime de chuvas em boa parte das lavouras do país nos centro-oeste, sudeste e sul do país. Como resultado, a viabilidade de uma 2ª ou 3ª safras vem diminuindo nos últimos anos.
O problema é que as safrinhas de soja e milho respondem por 2,6% do nosso PIB e garantem pelo menos ⅕ das exportações agrícolas do país. Se este cenário não for revertido, a estimativa feita pelo relatório aponta para uma queda anual de receitas de exportação dos principais produtores de soja e milho do Brasil – concentrados no Mato Grosso e no MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) – da ordem de US$ 2,1 bilhões até 2050. A Deutsche Welle destacou os principais pontos do relatório.
Na Folha, Thomas Lovejoy (George Mason University) e André Guimarães (IPAM) também ressaltaram o impacto do desmatamento no regime de chuvas não apenas no Brasil, mas também em praticamente todos os países da América do Sul. Eles defenderam um esforço de reflorestamento, especialmente em áreas no sudeste da Amazônia, para evitar o pior: “O que se faz necessário são mais folhas, mais árvores – enfim, mais floresta. Isso ajudaria a restaurar o ciclo hidrológico crítico e ao mesmo tempo sequestrar carbono, contribuindo assim para a meta brasileira sob o Acordo de Paris, ainda não cumprida, de restaurar 12 milhões de hectares de floresta”.
Em tempo 1: Vale a pena conferir o especial do G1 sobre o desmatamento da Amazônia e seu impacto no dia-a-dia dos brasileiros e no futuro de toda a humanidade.
Em tempo 2: O governo do Tocantins resolveu fazer uma “queima de estoque” com as Terras Públicas do Estado. Um estudo do Imazon revelou que a média do preço da terra cobrado pelas autoridades estaduais para fins de regularização fundiária é de míseros R$ 3,50 o hectare (10 mil m2), um valor que representa apenas 0,4% do Valor da Terra Nua (VTN) praticado pelo INCRA, e ínfimos 0,04% do valor médio de mercado no TO. Em alguns casos, o grileiro consegue regularizar a terra invadida ilegalmente por apenas R$ 10,00.
Fonte: ClimaInfo
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