Com a explosão recente do desmatamento na Amazônia, o governo Bolsonaro finalmente reconheceu aquilo que até as emas do Palácio do Alvorada já sabiam: a meta de redução de 10% no ritmo de destruição não será atingida. Essa era a expectativa oficial do Conselho da Amazônia, coordenado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, para o período de agosto de 2020 a julho de 2021. O próprio Mourão ficou encarregado de confirmar o mico à imprensa. “Provavelmente não vou cumprir aquilo que eu achava que seria o nosso papel de chegar a 10% de redução. Acho que vai dar na faixa de 4% a 5%, uma redução muito pequena, muito irrisória, mas já é um caminho andado”, disse o general-vice.
No último ciclo anual estimado pelo sistema PRODES/INPE, entre agosto de 2019 e julho de 2020, a floresta perdeu mais de 11 mil km2 de área verde – a maior área desmatada desde 2008. Os dados mensais recentes de desmatamento, calculados pelo DETER/INPE, apontam para o crescimento dessa taxa no último semestre: nos seis primeiros meses de 2021, foram registrados alertas de desmatamento para uma área de mais de 3,32 mil km2 de floresta, o maior índice semestral desde 2015.
Para julho, os alertas preliminares do DETER (até o dia 23) apontam para a perda de 986,5 km2 de área verde, menos que os 1.658,97 km2 registrados no mesmo mês no ano passado. Mourão aproveitou esses dados para sugerir que a nova missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) das Forças Armadas na região, a Operação Samaúma, tem sido bem sucedida no enfrentamento ao desmatamento nas últimas semanas. Folha, G1, Metrópoles, O Globo, Poder360 e Valor destacaram essa notícia.
Em tempo: O Greenpeace Brasil alertou para o avanço das queimadas na Amazônia. Mesmo com a queda de 27% no número de focos de calor no mês de julho (4.977), a situação varia bastante nos estados amazônicos, com Rondônia, Acre e Amazonas em situação preocupante. “É importante analisar os focos de calor considerando também o desmatamento ocorrido na Amazônia. Muitas áreas foram derrubadas e degradadas recentemente e devem ser queimadas ilegalmente nos próximos meses, quando a vegetação remanescente fica mais seca e suscetível ao fogo”, explicou Cristiane Mazzetti, da campanha de Amazônia do Greenpeace. A Veja deu mais detalhes.
Fonte: ClimaInfo
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