Além de chás, unguentos e banhos, essas plantas também tem se tornado uma alternativa rentável e cobiçada pela indústria
“Planta faz isso, hein? planta faz isso?” Sim! Plantas fazem, e muito pelo nosso sistema imunológico, e agem diretamente no tratamento de doenças. Saborosas, cheirosas e com propriedades curativas, as plantas medicinais fazem parte da sabedoria popular bem antes do surgimento da medicina moderna. Além de chás, unguentos e banhos, essas plantas também tem se tornado uma alternativa rentável e cobiçada pela indústria.
“O cultivo de plantas medicinais é uma alternativa rentável para áreas que não se mostram economicamente interessantes a cultivos de grandes culturas. A indústria é consumidora de boa parte do que as plantas medicinais, aromáticas e condimentares produzem, e agregam valor através de fármacos, alimentos, cosméticos e recentemente de defensivos agrícolas alternativos à base de produtos naturais. A preocupação atual com efeitos adversos que os antioxidantes sintéticos podem causar ao organismo, faz com que os extratos de plantas com propriedades medicinais se apresentem como uma fonte nova e uma alternativa de antioxidantes naturais, e vem ganhando cada vez mais adeptos pelos seus benefícios para a saúde. Os antioxidantes, por exemplo, são importantes para ajudar a combater os radicais livres, que são os principais causadores de doenças degenerativas e cardiovasculares”, diz a agrônoma Luciana Borges, professora na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), campus Paragominas.
E a utilização comprovada dessas plantas não se restringe mais apenas ao conhecimento dos povos tradicionais. “O uso das plantas que curam deixou de ser uma exclusividade da medicina popular. Pois, as comprovações dos seus benefícios, a partir de pesquisas científicas, possibilitaram a inclusão de diversas plantas medicinais e fitoterápicos na relação de recursos terapêuticos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde”, diz. Com orientação da professora, que também é coordenadora do Grupo de Pesquisa em Horticultura na Amazônia (Hortizon), separamos algumas plantinhas que merecem estar na tua lista:
1. JAMBU (Spilanthes oleracea L)
As folhas do jambu possuem teores de antioxidante e vitamina C, que, entre suas vantagens, previne o envelhecimento precoce. Os antioxidantes ajudam a proteger a pele dos danos oxidativos e, além disso, a vitamina C favorece a formação de colágeno, que ajuda a manter a saúde da pele. Outras substâncias antioxidantes presentes na planta de jambu são os compostos fenólicos, como flavonóides, fenóis e carotenoides, que podem ajudar a proteger as células contra os danos da oxidação, causados pelos radicais livres no organismo.
2. COUVE (Brassica oleracea)
Hortaliça rica em vários nutrientes benéficos ao organismo, como as vitaminas C e A, além de minerais, como o potássio, cálcio e o ferro. O cálcio é importante para a formação dos ossos e manutenção da massa óssea, e ajuda a controlar impulsos nervosos. A vitamina C presente na couve é importante para proteger o organismo de infecções, manter a saúde de ossos, cartilagens e mucosas e facilitar a absorção de ferro. Também favorece a regulação da pressão sanguínea, por ser rica em potássio. Por ter alta concentração de clorofila e magnésio, promove o relaxamento da musculatura tensionada, prevenindo enxaqueca e cefaleias. A couve é rica em antioxidantes, como flavonoides e fenóis, substâncias que podem contribuir para a prevenção de vários tipos de câncer.
3. HORTELÃ PIMENTA (Mentha Piperita).
Possui ação medicinal e aromática, por apresentar em sua composição óleo essencial, representado pelo aroma refrescante e um sabor característico. O Hortelã contém antioxidantes e vitaminas que lhe conferem propriedades antibacterianas, antifúngicas e anti-inflamatórias. Além de vitaminas A, B6, C, E, K, ácido fólico e a riboflavina, a planta é rica na substância química mentol, que é excelente descongestionante e expectorante, ajudando a expelir o muco e a diminuir a tosse. Consumir chá de hortelã é uma boa pedida para diminuir a dor de garganta e a tosse seca.
4. BABOSA (Aloe vera)
É muito conhecida por suas propriedades calmantes, cicatrizantes, anestésicas, antitérmicas e anti-inflamatórias, além de ser ótima para hidratar o cabelo e cuidar da pele. Na medicina popular é usada tradicionalmente no tratamento de pequenos cortes, inflamações, queimaduras e irritações da pele, por conta de apresentar essas propriedades. O suco desidratado da babosa tem propriedades laxantes. A planta possui propriedades que estimulam a produção de colágeno pela pele, que é a substância responsável por manter a elasticidade. Quando utilizada regularmente, a babosa pode ajudar a diminuir a profundidade das rugas e até eliminar algumas marcas de expressão, nos olhos, na testa ou na boca.
5. COENTRO (Coriandrum sativum)
É rico em Vitamina A, que auxilia na manutenção da saúde ocular, óssea e nervosa, aumentando a imunidade. É eficaz na prevenção de doenças cardiovasculares e no combate ao envelhecimento. É rico em minerais como potássio, ferro e selênio, que, segundo estudos, é um mineral com um alto poder antioxidante. Por isso, ajuda a prevenir doenças cancerígenas e a fortalecer o sistema imunológico, além de proteger contra problemas cardíacos. Possui magnésio, que auxilia na formação óssea e influencia na quantidade dos hormônios que regulam os níveis de cálcio no sangue. As folhas e sementes de coentro, por serem excelentes fontes de antioxidantes, inibem a ação dos radicais livres. Alguns estudos experimentais relatam que o extrato de coentro pode reduzir a formação de coágulos sanguíneos, o que, potencialmente, reduz o risco de doença cardíaca. As propriedades antimicrobianas e antibacterianas das folhas e das sementes de coentro também podem ajudar a combater infecções.
6. ALECRIM (Rosmarinus officinalis L.)
As folhas são bastante utilizadas para preparos de chá e infusões. Popularmente, o alecrim tem indicações para os distúrbios circulatórios e distúrbios digestivos, é antisséptico, cicatrizante e tem propriedades digestivas, diuréticas e antidepressivas. O alecrim serve para auxiliar na digestão dos alimentos e no tratamento de dor de cabeça, depressão e ansiedade. Estudos relatam que o alecrim é rico em antioxidantes como ácido rosmarínico, ácido cafeico e ácido carnósico, o que ajuda a melhorar o sistema imunológico, prevenir infecções e melhorar a saúde da pele. Mas atenção: pesquisas também destacam que ele tem contraindicação para pessoas com doença prostática, gastroenterites, dermatoses e convulsão.
7. BOLDO (Plectranthus barbatus)
As duas espécies de boldo mais utilizadas são o boldo do Chile ou boldo verdadeiro. Popularmente, o boldo é usado para digestão, prisão de ventre, ação diurética e redução de gases, podendo ser também utilizado como remédio caseiro para o fígado, devido às suas propriedades digestivas e hepáticas. Estudos relatam que o boldo possui ação anti-inflamatória e antioxidante, por possuir compostos fenólicos na sua composição como polifenóis e alcalóides, ácido rosmarínico e a forscalina, que combatem os radicais livres e reduzem os danos nas células do organismo, podendo prevenir o envelhecimento precoce e doenças cancerígenas.
8. MANJERICÃO (Ocimum baslium L.)
Estudos indicam que é rico em nutrientes como ômega-3, vitaminas A, C e K, sais minerais, cálcio, magnésio, manganês, ferro e cobre. Desta forma, o manjericão pode reforçar o sistema imunológico, reduzir o estresse, aliviar os sintomas de resfriados e melhorar o sistema digestivo. As propriedades do manjericão incluem sua ação antiespasmódica, digestiva, vermífuga, antibacteriana, fungicida, inseticida, adstringente, cicatrizante, febrífugo, estimulante e anti-inflamatória.
Fonte: Portal Amazônia
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