Depois dos países ricos e emergentes fracassarem em apresentar novos compromissos de financiamento climático, um grupo de mais de 100 governos de nações em desenvolvimento divulgou nesta 5ª feira (15/7) uma carta cobrando esforços adicionais nessa questão antes da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), em novembro. O documento foi apresentado por três coalizões de negociação climática – as Nações Menos Desenvolvidas (LDCs), a Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS) e o Grupo Africano de Negociadores – com cinco demandas básicas para impulsionar o financiamento climático e facilitar ações de mitigação e adaptação.
A principal demanda é o cumprimento da promessa feita pelos países ricos em 2009 e descumprida até agora: oferecer ao menos US$ 100 bilhões anuais em financiamento climático. O documento lista também outros pontos, como o fortalecimento dos planos nacionais de mitigação, o apoio à adaptação para as nações mais pobres, a compensação por perdas e danos decorrentes de eventos extremos, além da implementação plena do Acordo de Paris a partir do próximo ano. BBC, Climate Home e Guardian deram mais informações.
Falando em financiamento e COP26, o governo do Reino Unido está sendo cobrado por ativistas climáticos por causa de um corte nos recursos para ajuda internacional. Segundo eles, a proposta atenta contra qualquer pretensão de protagonismo político do governo de Boris Johnson como anfitrião da próxima Conferência do Clima. Segundo o site POLITICO, até mesmo o presidente da COP26, Alok Sharma, estaria insatisfeito com a situação e disposto a entregar o cargo caso o corte prejudique o diálogo com outros países antes do encontro de Glasgow. Na mesma linha, o editor de economia do Guardian, Larry Elliott, alertou Johnson sobre o risco do corte na ajuda internacional causar não apenas um prejuízo político profundo à imagem internacional do Reino Unido, mas também um fracasso diplomático na COP26.
Fonte: ClimaInfo
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