Uma análise feita pela SOS Mata Atlântica mostrou que o rio Tietê, que corta o estado de São Paulo, registrou temperaturas mais altas no ano passado: em alguns trechos, os termômetros superaram a marca dos 30°C, o maior nível desde o começo do monitoramento, há 30 anos. Com a água mais quente, as condições para sobrevivência dos peixes do Tietê ficam ainda piores, com mudança no pH e redução do oxigênio. Para O Globo, Malu Ribeiro (SOS Mata Atlântica) ressaltou a importância de que novas medidas de preservação de matas ciliares sejam implementadas no rio, além de cuidados adicionais para evitar que agrotóxicos acabem chegando ao leito do rio.
Por outro lado, a situação dos rios da Mata Atlântica apresentou ligeira melhora no ano passado. As medidas de isolamento social e o desaquecimento da economia diminuíram a geração de resíduos, o que reduziu o volume de materiais depositados nos corpos d’água do bioma. Dos 130 pontos analisados pela SOS Mata Atlântica, mais de 73% apresentaram qualidade regular da água. Para quase 17%, a condição era ruim, enquanto 10% registraram boa qualidade. No entanto, nenhum trecho observado apresentou qualidade ótima. Agência Brasil e Deutsche Welle também repercutiram a análise sobre os rios da Mata Atlântica.
Em tempo: A intensificação do desmatamento e das queimadas está prejudicando não apenas os ciclos de chuva em diversas partes do Brasil, mas também a capacidade do solo de reter água, o que pode causar ainda mais problemas para a produção agrícola nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. No Globo Rural, Mariana Grilli destacou dados da FAO que apontam que mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo vivem em áreas agrícolas com baixa umidade do solo. Considerando que a demanda global por água deve aumentar entre 20% e 30% nas próximas décadas, a situação que se ensaia é preocupante.
Fonte: ClimaInfo
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