Depois de décadas (e, em alguns casos, séculos) despejando carbono na atmosfera terrestre, a indústria do petróleo agora tenta dar um cavalo-de-pau no transatlântico fóssil para fazer o inverso: capturar e armazenar esse mesmo carbono. O NY Times destacou como algumas gigantes do setor estão refazendo planos e intensificando investimentos para conseguir a dianteira em uma corrida que pode valer alguns trilhões de dólares nas próximas décadas. A Europa desponta na liderança desse processo, mas os EUA querem aproveitar o impulso pró-ação climática do governo de Joe Biden para recuperar o tempo e o terreno perdidos nesse tema.
Em termos práticos, o potencial da captura e armazenamento de carbono ainda é questionável, já que a tecnologia ainda é incipiente, o que dificulta planos para sua aplicação em escala maior. Ao mesmo tempo, para alguns cientistas e diversos setores econômicos, essa tecnologia é a única “bala de prata” possível para viabilizar os objetivos climáticos do Acordo de Paris – conter o aquecimento do planeta em, no máximo, 2oC até 2100. Muitos países também apostam nessa solução para tirar do papel seus objetivos de neutralidade do carbono até meados deste século. Tudo isso aumenta a pressão – e a eventual recompensa do mercado – para que essa tecnologia se desenvolva e ganhe escala nas próximas décadas.
Na semana passada, a Chevron anunciou uma parceria com a Microsoft e a empresa de serviços de campos petrolíferos Schlumberger NV para construir uma planta industrial para captura de carbono na atmosfera. De acordo com a companhia, a usina vai converter biomassa agrícola em eletricidade, e quase todo o carbono capturado na conversão de resíduos agrícolas será armazenado no subsolo. Depois de concluída, ela terá capacidade de processar cerca de 200 mil toneladas de resíduos agrícolas e de remover em torno de 300 toneladas de dióxido de carbono por ano. A Reuters deu mais detalhes.
Fonte: ClimaInfo
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