Sob pressão de ambientalistas e do Ministério Público Federal, o ministro Ricardo Salles decidiu prorrogar por 120 dias o prazo para que o grupo de trabalho que discute a possível extinção do ICMBio apresente suas conclusões. Assim, o GT terá até o começo de junho para entregar seu parecer.
Na semana passada, o site Eco revelou que o colegiado vinha se reunindo desde outubro de 2020, com a maior parte das discussões acontecendo “na surdina”, sem transparência e sem a participação de especialistas em conservação ambiental. Nesta semana, procuradores do MPF no Amazonas realizaram uma audiência pública virtual para analisar o caso.
No Valor, Braulio Dias (ex-secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica) e Suely Araújo (ex-presidente do Ibama) contestaram a proposta do governo Bolsonaro de acabar com o ICMBio. Eles contextualizaram a ideia dentro dos esforços do Planalto para desmontar a política ambiental brasileira, ressaltando a miséria orçamentária imposta aos órgãos ambientais e os ataques públicos do presidente da República e aliados. “Quem seriam os beneficiários [dessa medida]? Aqueles que praticam crimes ambientais, invadindo e se apropriando de terras e recursos naturais públicos ilegalmente”, escreveram.
Em tempo 1: Segundo o Painel S/A, da Folha, alguns empresários estão tentando levantar uma troca no mínimo “curiosa” na Esplanada dos Ministérios: a ministra Tereza Cristina assumiria a pasta do meio ambiente, e Ricardo Salles a substituiria na agricultura. Segundo “um grande nome do agronegócio”, a presença de Cristina – a mesma que ganhou a alcunha de “Miss Veneno” por causa de sua atuação apaixonada pró-agrotóxicos – no MMA traria “credibilidade” à imagem do Brasil na questão ambiental. Resta saber o que esse “grande nome do agronegócio” entende por “credibilidade”.
Em tempo 2: Falando em Salles, o julgamento dele no Tribunal de Justiça de São Paulo foi suspenso mais uma vez. Nesta 5ª feira, o desembargador Ruy Cavalheiro pediu vistas no processo, que remete à condenação sofrida por Salles em 2018 por improbidade administrativa cometida durante sua passagem na secretaria de meio ambiente de SP na gestão Alckmin. Por ora, o placar pró-absolvição do ministro no TJ chegou a 4×1, mas qualquer desembargador pode mudar seu voto enquanto o julgamento estiver acontecendo. O Poder360 deu mais detalhes.
Fonte: ClimaInfo
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