A Agência Pública lançou uma série de reportagens especiais “Amazônia Irrespirável”, que abordou os impactos da fumaça das queimadas associadas ao desmatamento sobre a crise de saúde pública causada pela pandemia de COVID-19 na Amazônia Brasileira. Uma das matérias destacou que a “ameaça dupla” representada pela chegada do novo coronavírus à região Norte do Brasil e pela intensificação das queimadas amazônicas no último ano causaram cerca de 28 mil internações por problemas respiratórios. Cerca de 63% das internações desse tipo nos estados da Amazônia Legal foram casos confirmados de COVID-19, e 23% não tiveram causa definida. Entre as pessoas hospitalizadas com confirmação da doença, 30% faleceram.
Em alguns estados, a situação foi – e segue – sendo dramática. No Acre, por exemplo, todos os municípios do estado excederam o nível de concentração de material particulado no ar considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – 25 microgramas de partículas por metro quadrado (µgm3). Em Rio Branco, o índice chegou a atingir 115,81 µgm3 em 27 de agosto.
Já no Mato Grosso e no Pará, a pressão adicional gerada pelas queimadas sobre o já esgotado sistema de saúde pública local quase provocou o colapso da rede. Cuiabá, por exemplo, registrou no final de dezembro 918 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por 100 mil habitantes, mais de duas vezes a média da região. Muitos pacientes ficaram dias sem saber exatamente o que tinham – se era efeito do ar mais seco e poluído ou se era a tão temida COVID-19.
Fonte: ClimaInfo
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