Em mais um sinal de que os EUA mudaram definitivamente o tom do relacionamento bilateral com o Brasil, o embaixador norte-americano no país, Todd Chapman, afirmou que o governo Biden deseja ver avanços concretos na questão ambiental, que este será um “pilar” da política externa do novo governo com Brasília: “O presidente Biden e o secretário [John] Kerry vão querer mais oportunidades de avançar nesse diálogo e fazer coisas concretas. Isso já é bastante evidente para todo mundo, incluindo o governo brasileiro”, disse Chapman ao Estadão.
O Valor destacou a mudança no tom do próprio embaixador, até então um dos principais interlocutores diplomáticos do governo Bolsonaro, desde sua indicação pelo ex-presidente Donald Trump para chefiar a representação diplomática norte-americana no Brasil.
Na Veja, Thomas Traumann relatou que a nova Casa Branca não pretende impor medidas bruscas logo de cara, mas que terá “pouca paciência” para com o governo Bolsonaro, que precisaria apresentar resultados efetivos no combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia. Segundo ele, uma das prioridades de John Kerry, na condição de enviado especial de Biden para o clima, é firmar um acordo com o Brasil e outros países amazônicos no qual, em troca de um financiamento de dezenas de bilhões de dólares, estes se comprometam a metas mensuráveis de preservação da floresta.
A reação do governo brasileiro e sua disposição a trilhar esse caminho serão chave para o futuro do relacionamento bilateral pelos próximos anos.
Em tempo: A meta ambiciosa do governo Biden para a aceleração da transição energética nos EUA pode ter efeitos no mercado brasileiro de energia solar. O Canal Solar destacou a opinião de especialistas do setor, que apontaram para o risco do país ficar na contramão da tendência global de incentivo a esta e outras fontes de energia renovável nos próximos anos. A cadeia produtiva do setor no Brasil também pode ser prejudicada, já que um novo impulso para a energia solar nos EUA pressionará a disponibilidade de matéria-prima para os painéis fotovoltaicos. Ao mesmo tempo, caso a indústria solar brasileira seja reforçada, o país também pode se beneficiar com a expansão do mercado solar nos EUA.
Fonte; ClimaInfo
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