À medida que as temperaturas aumentam e os impactos da mudança do clima se intensificam, as nações também precisam intensificar esforços para se adaptar o quanto antes à nova realidade climática – ou terão que enfrentar sérios custos, danos e perdas nas próximas décadas. Essa é a conclusão do novo relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) sobre a Lacuna da Adaptação.
Segundo o documento, muitos governos conseguiram avançar na agenda de adaptação em 2020, mas o financiamento dessas ações segue deficiente, prejudicando a capacidade dos países mais pobres – e, na maior parte das vezes, mais vulneráveis à crise climática – de se adaptarem a impactos como secas, inundações e aumento do nível do mar. Os custos de adaptação nesses países estão estimados em US$ 70 bilhões por ano, mas espera-se que esses valores alcancem até US$ 300 bi em 2030 e até US$ 500 bi em 2050.
Outro ponto destacado pelo PNUMA é o potencial de soluções baseadas na natureza (SbN) para viabilizar uma adaptação de baixo custo, capaz de reduzir os riscos climáticos, restaurar e proteger a biodiversidade, com benefícios econômicos e sociais para as pessoas. Nos últimos 20 anos, essas soluções receberam atenção crescente por parte de financiadores internacionais, mas, ainda assim, elas representam uma parcela pequena (US$ 12 bi) dos US$ 94 bilhões aplicados em adaptação pelos quatro principais fundos ambientais da ONU.
O documento também reforçou a importância da redução das emissões de carbono para aliviar o impacto econômico das mudanças do clima. Por exemplo, segundo o PNUMA, um aquecimento de 3oC pode fazer o PIB global anual ficar entre 1,5% a 2,2% menor. Conter o aquecimento em 2oC, atenuaria esta queda do PIB para entre 1,0% e 1,6%. Deutsche Welle, G1, Guardian, Independent e Reuters deram mais detalhes.
Em tempo: A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou ontem (14/1) que o ano de 2020 foi um dos mais quentes já registrados, empatando com 2016 no posto de 1º lugar. A temperatura média global em 2020 foi 14,9oC, cerca de 1,2oC acima dos níveis pré-industriais. Os dados compilados pela agência reforçam que a década de 2011-2020 foi a mais quente nos registros históricos, sendo que os seis últimos anos foram os mais quentes dos registros. Associated Press, BBC, Bloomberg, Carbon Brief, EFE e Reuters repercutiram o anúncio.
Fonte: ClimaInfo
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