O meio ambiente viveu no Brasil um ano catastrófico, com queimadas históricas consumindo boa parte do Pantanal e a aceleração do ritmo de desmatamento na Amazônia bem acima da média para as últimas décadas. Ainda assim, para Bolsonaro, o Brasil experimenta um “elevado nível de preservação” das florestas e vai “continuar protegendo” os biomas do país.
A lorota foi apresentada ontem (22/11), em discurso na cúpula do G20, realizada virtualmente por conta da pandemia. Segundo Bolsonaro, as críticas direcionadas à política ambiental brasileira não passam de “ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas e menos sustentáveis”.
“O que apresento aqui são fatos, e não narrativas. São dados concretos e não frases demagógicas”, afirmou o presidente, enquanto omitia os fatos: a Amazônia já acumula nos primeiros 10 meses de 2020 um total de focos de incêndio maior que o contabilizado durante todos os 12 meses de 2019; além disso, o Pantanal sofreu a temporada seca mais desastrosa de sua história, com recorde de queimadas e de destruição de fauna e flora. Bolsonaro também esqueceu dos esforços de Salles para enfraquecer a política ambiental brasileira, além do interesse do próprio Planalto em facilitar atividades econômicas de alto impacto ambiental em Áreas de Proteção Ambiental e Terras Indígenas.
Um reflexo da falta de interesse do governo federal no tema ambiental se deu no próprio G20: no Valor, Assis Moreira informou que Bolsonaro não quis participar de uma sessão especial entre os Chefes de Estado do grupo para discutir meio ambiente e mudança do clima. Ironicamente, até mesmo o ídolo-mor de Bolsonaro, o norte-americano Donald Trump, participou da sessão.
A fala de Bolsonaro ao G20 foi destacada por Folha, O Globo, Reuters e Valor, entre outros.
Fonte: ClimaInfo
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