Chegou o dia: hoje nos EUA Joe Biden e Donald Trump se enfrentam nas urnas para saber quem será o próximo presidente dos Estados Unidos. Para quem sabe da gravidade da crise climática, é evidente que não é apenas a Casa Branca que está em jogo na votação, mas sim o futuro do esforço global para se conter o aquecimento do planeta e evitar as piores consequências da mudança do clima, como bem pontuou a Bloomberg.
Por ora, apenas uma coisa está certa: amanhã, dia 4 de novembro, os EUA estarão formalmente fora do Acordo de Paris. Como Washington Post assinalou, a decisão desta 3ª feira definirá por quanto tempo a maior economia do planeta seguirá fora – e isolada – do regime climático de Paris; o democrata Joe Biden já afirmou que, se eleito, pretende aderir novamente ao tratado. Associated Press e The Independent também trataram da saída dos EUA do Acordo de Paris.
Outra coisa que parece estar clara é que o eleitorado norte-americano majoritariamente enxerga a crise climática como uma ameaça ao futuro da humanidade. Pesquisa do The New York Times e do Siena College indicou que 58% dos cidadãos do país estão “muito preocupados” ou “um tanto preocupados” com os impactos da mudança do clima sobre suas comunidades. Esse número sobe para 90% no grupo de entrevistados que pretende votar em Biden; já entre os eleitores de Trump, essa preocupação não passa de 23%. Em estados importantes no tabuleiro eleitoral de 2020, como Arizona, Flórida e Pensilvânia, a preocupação com a crise climática supera o negacionismo – o que representa mais uma vantagem para Biden, que luta para vencer nessas localidades. Na mesma linha, The Independent divulgou dados de uma pesquisa que apontam que 54% do eleitorado norte-americano concorda parcial ou totalmente que a janela de oportunidade para se evitar o pior da mudança do clima está se fechando rapidamente.
Além da Presidência, o controle do Congresso norte-americano também está em jogo nesta eleição. A oposição democrata deve manter a maioria na Câmara e luta para conquistar o controle do Senado – o que, como lembrou a Inside Climate News, também pode ser um diferencial tremendo para a ação climática nos EUA.
Fonte: ClimaInfo
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