Foto:Tiago Corrêa/CMM
Sandro Breval
PIMM4.0 e as oportunidades
Os recentes estudos, conduzidos pela academia e empresas, demonstram as inúmeras oportunidades inerentes à indústria 4.0, em especial no Polo Industrial de Manaus, onde estão instaladas as principais multinacionais dos segmentos de eletroeletrônicos e informática. A pesquisa demonstrou as dimensões medidas pelo PIMM4.0 – Modelo de medição de maturidade e prontidão, com resultante em seus quatro níveis de maturidade – 1 a 4 (digital, tecnológico, transição e avançado), calculados através dos eixos de avaliação: tecnologia e operações, ecossistemas de negócios e interoperabilidade.
Cada nível do PIMM4.0 traz à baila um desafio, ou uma oportunidade, e sobretudo indica possíveis caminhos ou trilhas que devem ser seguidos visando a transformação digital. A pesquisa é inédita, considerando os polos industriais do Brasil, e sobretudo pelo momento que o segmento está vivenciando.
Capacidade napoleônica
Napoleão dizia: “Capacidade nada adianta sem oportunidade”, portanto a indústria brasileira apresenta-se diante de uma oportunidade de conhecimento e de conjuntura, exponencial, para um novo momento tecnológico e industrial. Sem dúvida que as maiores oportunidades estão na manufatura e na logística, com cada característica, princípios e funcionalidades.
Podemos imaginar que o aumento do nível de maturidade, da indústria local, teria um efeito na capacidade? Vejamos o caso da manufatura, destacam-se as funcionalidades relativas à modelagem digital e a auto otimização. A primeira contempla a possibilidade da organização buscar ferramentas, ou sistemas, de simulação mais conhecidas como “digital twin” que propiciam a redução de custo, melhor gerenciamento e processo, e na segunda uma capacidade do parque de máquinas “aprenderem” a melhor forma de operação.
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação: A nova batalha de Waterloo
O grau de maturidade, apurado do Polo Industrial de Manaus, relativo à amostra das empresas que possuem recursos de P, D & I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) resultou em 2,54 , inserindo no nível de Tecnológico para Transição, ou seja possuem uma certa tecnologia , de informação e automação, contudo não suficientes para o rompimento de nível. E cada ponto nessa escala corresponde a inúmeras batalhas, nas quais a principal arma será a inovação e a tecnologia desenvolvida.
No passado usavam canhões, hoje conhecimento. A munição mudou. Os soldados mudaram. Os 74 mil homens e 250 canhões deram lugar as tecnologias de impulso (internet das coisas, big data, simuladores, robôs, veículos autônomos, dentre outras). No contexto contemporâneo a luta não será contra franceses, ingleses ou belgas. Todos são aliados e concorrentes simultaneamente.
Ilha de Santa Helena ou Ilha do Marapatá
Os pesquisadores correspondem a um exército, que precisa ser guarnecido de tablets, celulares, computadores orientados para a nova batalha advinda da revolução industrial. Necessitam de alta prontidão. A maturidade advinda da ciência, certamente fornecerá a melhor trilha para que as empresas consigam um novo patamar tecnológico. Nossas decisões vão dizer para qual ilha iremos depois da batalha.
Não podemos esperar a chuva passar
Napoleão segurou o combate com receio da dificuldade causada pelo solo, já que na noite anterior choveu muito forte, e naquela altura, o Duque de Wellington – Arthur Wellesley – já conseguira cerca de 67 mil homens. O tempo contribuiu para a derrota de Napoleão. O risco de perder a batalha da transformação digital é grande, se ficarmos esperando a chuva passar. Até por quê em diversos locais, da região amazônica , é várzea.
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