Riscos da poluição do ar – A queima de combustíveis fósseis, reconhecida como a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa, foi novamente identificada como um sério risco à saúde pública, desta vez com potenciais implicações para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Esta descoberta se soma aos danos já amplamente documentados causados pela poluição atmosférica, que incluem desde alterações climáticas até uma variedade de doenças respiratórias e cardíacas.
Pesquisadores da Universidade Emory, em Atlanta, Estados Unidos, publicaram um estudo na revista Neurology que aponta para um risco aumentado de sinais da doença de Alzheimer em indivíduos expostos a altas concentrações de partículas finas, como as emitidas por motores diesel. Este estudo é parte de um crescente corpo de pesquisa que sugere uma conexão entre a poluição do ar e o declínio cognitivo.
O foco da investigação esteve nas partículas finas conhecidas como PM2.5, com os resultados indicando que uma maior exposição a essas partículas está associada a uma maior acumulação de placas amiloides no cérebro, um marcador da doença de Alzheimer.
“Isso sugere que fatores ambientais, como a poluição do ar, podem contribuir para a doença de Alzheimer, especialmente em pacientes cuja doença não pode ser explicada apenas por fatores genéticos,” afirmou Anke Huels, professora assistente da Escola de Saúde Pública da Universidade Emory e principal autora do estudo.
Além dos riscos do Alzheimer, estudos anteriores já haviam associado a poluição atmosférica a um aumento no risco de doenças cardiovasculares. Um estudo publicado no BMJ ressaltou que mesmo os níveis considerados “seguros” de qualidade do ar em países como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE) ainda podem ser prejudiciais à saúde.
Em resposta a essas preocupações, o Parlamento Europeu e os países membros da UE alcançaram um acordo para reforçar os padrões de qualidade do ar em todo o bloco, estabelecendo limites mais rigorosos de poluentes para 2030. No entanto, esses novos padrões ainda permitem níveis de poluição duas vezes maiores do que as diretrizes recomendadas pela Organização Mundial da Saúde, segundo relatos do Guardian.
Essas descobertas reforçam a necessidade de políticas mais rigorosas e medidas de mitigação para combater a poluição do ar, visando proteger a saúde pública e prevenir o surgimento e agravamento de doenças crônicas e degenerativas.
*Com informações CLIMA INFO
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