Em um relatório recente denominado PlasticChem, publicado na quinta-feira (14/3), pesquisadores alertam sobre os perigos dos produtos químicos usados na produção de plásticos.
Segundo o estudo, dos 16.000 produtos químicos identificados, pelo menos 4.200 são considerados altamente perigosos para a saúde humana e o meio ambiente.
Esta investigação, realizada pelo projeto PlasticChem, compilou dados científicos e regulatórios para criar um banco de dados abrangente dos produtos químicos encontrados em plásticos. Anteriormente, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) havia reconhecido cerca de 13.000 desses produtos químicos, mas o novo relatório adiciona 3.000 à lista, elevando a conscientização sobre a extensão dos riscos potenciais.
Martin Wagner, líder do projeto e primeiro autor do relatório, destacou a lacuna regulatória: “Apenas 980 dos produtos químicos altamente perigosos foram regulamentados globalmente, deixando um vasto número de 3.600 produtos químicos sem regulamentação.”
O debate sobre a poluição plástica ganha mais relevância com a publicação deste relatório, em um momento em que nações ao redor do mundo discutem, ainda sem consenso, a criação de um tratado global para enfrentar a crescente crise de poluição plástica. Anualmente, são produzidas cerca de 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos.
Jane Muncke, coautora do relatório e diretora-gerente do Fórum Suíço de Embalagens de Alimentos, enfatizou a necessidade de uma abordagem holística para combater a poluição por plásticos, considerando todo o seu ciclo de vida e os produtos químicos envolvidos.
Além dos riscos à saúde e ao meio ambiente, o relatório também chama atenção para os impactos climáticos dos plásticos. Critica-se a justificativa das indústrias petrolíferas e dos países produtores de petróleo que promovem o uso de petróleo na fabricação de plásticos. A pesquisa revela que quase metade dos produtos plásticos é incinerada, contribuindo significativamente para as emissões de CO₂ e agravando as mudanças climáticas, enquanto uma parcela termina em aterros sanitários, emitindo metano. O relatório aponta ainda que menos de 5% dos plásticos são reutilizados ou reciclados, um fato historicamente minimizado pela indústria perante os consumidores.
*Com informações CLIMA INFO
Comentários