A Polícia Federal, em colaboração com órgãos ambientais, intensifica o combate ao garimpo ilegal no Amapá, destruindo equipamentos avaliados em milhões e protegendo áreas críticas como o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e a Terra Indígena Waiãpi.
A atuação da Polícia Federal no estado do Amapá resultou na destruição de equipamentos utilizados em atividades de garimpo ilegal dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, reconhecido como a maior área de conservação de proteção integral do Brasil.
Durante a execução da Operação Ancestrais, que ocorreu entre o sábado (6) e o domingo (7), os oficiais localizaram maquinários avaliados em cerca de R$ 2 milhões, abandonados por indivíduos envolvidos em crimes ambientais. A descoberta foi possível graças a análises de imagens aéreas que indicavam a presença de atividades mineradoras ilegais na região.
Aumento significativo do Garimpo Ilegal
Recentes estudos, especificamente um divulgado em 19 de fevereiro deste ano pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), apontam para um alarmante crescimento de 304% nas áreas de garimpo ilegal dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, consolidando-o como o maior desafio de conservação ambiental do país.
No decorrer da operação, a Polícia Federal conseguiu apreender diversos itens, incluindo um computador, uma motocicleta, um trator, além de neutralizar vários equipamentos empregados na extração ilegal de minérios. Entre os itens destruídos estavam 2 retroescavadeiras hidráulicas e 10 motores, evidenciando a magnitude da intervenção contra o garimpo ilegal.
A investigação revelou que a ação dos garimpeiros ilegais tem provocado impactos severos ao ecossistema local, com danos potencialmente irreparáveis afetando até 30 quilômetros ao redor dos cursos d’água da área. Os responsáveis pelos atos ilegais estão sujeitos a enfrentar acusações por crimes como usurpação de bem da União, poluição e desmatamento, podendo, se condenados, receber penas de até 13 anos de prisão, além de multas.
Apoio na operação
A operação contou com o suporte de várias instituições, incluindo a Polícia Civil do Amapá, o Grupo Tático Aéreo (GTA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), demonstrando um esforço conjunto na preservação ambiental e no combate ao garimpo ilegal.
Com a colaboração de entidades ambientais locais, a Polícia Federal executou, na última quinta-feira (4), a terceira fase da Operação Águas de Prata, focada em uma vasta área devastada pela mineração ilegal, que abrange o equivalente a 83 campos de futebol. Esta área, com aproximadamente 680 mil metros quadrados, situa-se adjacente à Terra Indígena Waiãpi, no setor oeste do Amapá.
A ação da PF, denominada Operação Águas de Prata III, ocasionou um prejuízo estimado em mais de R$ 3 milhões aos indivíduos envolvidos nos garimpos ilegais de São Domingos e Urucum, localizados nas proximidades do município de Pedra Branca do Amapari.
A devastação ambiental causada na região é impressionante, equivalendo a 170 campos de futebol. Entre os anos de 2020 e 2023, observou-se um aumento de 174% na atividade garimpeira ilegal na área.
Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque
Instituído em 2002, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque ocupa uma extensão de 3.864.443 hectares na região amazônica, sendo reconhecido como o maior parque nacional do Brasil e um dos maiores em escala global.
Este santuário natural está posicionado entre os estados do Amapá e Pará, abarcando municípios amapaenses como Calçoene, Laranjal do Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio, além de tocar o município paraense de Almeirim.
Caracterizado por ser um berço para as nascentes de três dos principais rios do Amapá — Araguari, Oiapoque e Jari —, o parque exibe uma exuberante vegetação tropical. A grandiosidade de suas árvores é visível mesmo a grandes distâncias, destacando a imponência e a importância ecológica dessa área protegida.
Com informações do G1
Comentários