“Portanto, com razões de sobra para repudiar o obscurantismo recente, que os ares da boa nova francesa e evangélica soprem forte. […] Que os céus permitam que essa aura de dignidade humana prevaleça na escolha política que se avizinha.”
Por Alfredo Lopes
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Uma semana foi suficiente para que o discernimento cívico e democrático prevalecesse nos rumos da gestão política da França, o berço da democracia contemporânea e dos direitos fundamentais na modernidade. Esses princípios, presentes nos quatro evangelhos, refletem a boa nova de Jesus Cristo.
Que os céus permitam que essa aura de dignidade humana prevaleça na escolha política que se avizinha. O critério que norteará essa escolha deve permanecer inalterado, pois não há razão para mudar esses princípios. No caso de Manaus e da Amazônia, temos motivos suficientes para repudiar o oposto desses valores. A disseminação do ódio, da mentira e da manipulação das consciências, especialmente entre os mais desavisados e humildes, deve ser combatida, inclusive entre aqueles que seguem o Evangelho, mas que de repente passaram a justificar a enganação, a violência e o ódio.
Os jornais do país destacam que a Zona Franca de Manaus, o nosso sustento diário, será o único mecanismo de redução das desigualdades regionais mantido pelo atual governo. Este é um exemplo de como a fraternidade, a liberdade e a igualdade continuam a ser princípios norteadores. Precisamos urgentemente evitar pessoas que, por quatro anos, planejaram a remoção da Zona Franca de Manaus, ou seja, o fim dos empregos e das contribuições para a Universidade do Estado do Amazonas, dos recursos que fomentam o desenvolvimento do interior e o crescimento de micro e pequenas empresas.
Acabar com a ZFM significa aderir à indústria sombria do narcotráfico, das queimadas e do desmatamento, uma realidade recente e insistente, adotada não faz muito tempo. Precisamos afastar do poder aqueles que concordam com essa insanidade ambiental, social e científica.
Esses princípios humanistas permanecem válidos porque são viabilizados pela sagrada ferramenta do diálogo, da interlocução transparente e construtiva, que foi deixada de lado em relação à ZFM e endossado por pessoas que adotam a insensatez.
As forças progressistas da França, que evitaram a governança do ódio, do preconceito, do repúdio aos refugiados, da homofobia e do racismo estrutural, conseguiram, através da união, da liberdade, da fraternidade e da igualdade de propósitos, promover a dignidade da pessoa humana para todas as pessoas.
Portanto, com razões de sobra para repudiar o obscurantismo recente, que os ares da boa nova francesa e evangélica soprem fortemente sobre todo o nosso país, especialmente a partir de Manaus e da Amazônia. Na hora de escolher seu vereador e seu prefeito, pense nisso.
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora
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