De acordo com relatório da ONG internacional Global Witness, povos indígenas e afrodescentes são as principais vítimas. A Colômbia lidera a lista dos países que mais mata defensores do meio ambiente
No ano de 2023, foi registrado mundialmente que ao menos 196 defensores do meio ambiente foram mortos por tentar proteger suas terras, de acordo com informações do relatório da ONG internacional Global Witness. Entre os anos de 2012 e 2023, 2.106 ambientalistas perderam sua vida no mundo.
O Brasil, que ocupa a segunda colocação entre os países mais violentos, registrou 25 mortes no ano passado. No topo da lista está a Colômbia, com 79 óbitos, que, segundo a organização socioambiental, é o maior número já registrado em um país durante o período de 12 meses. No ano anterior, a nação sul-americana contabilizou 60 assassinatos.
Na sequência do ranking, aparecem os países da América Central, como México e Honduras, com 18 mortes cada, que teve o maior número de óbitos de defensores do meio ambiente per capita em 2023. Confira a lista completa dos países que mais mataram defensores do meio ambiente em 2023 e entre 2012 e 2023:
Principais vítimas
Além disso, o levantamento também destacou que os povos indígenas e os afrodescentes são as principais vítimas, representando 49% do total de mortes em 2023. Já entre 2012 e 2023, houve 40,2% assassinatos mundialmente.
Para Nonhle Mbuthuma, autora do prefácio do relatório e vencedora do Prêmio Ambiental Goldman de 2024:
“Em todos os cantos do globo, aqueles que ousam expor o impacto devastador das indústrias extrativas — desmatamento, poluição e grilagem de terras — são recebidos com violência e intimidação. Isso é especialmente verdadeiro para os povos indígenas, que são essenciais na luta contra as mudanças climáticas, mas são desproporcionalmente visados ano após ano”.
Nonhle Mbuthuma
A consultora sênior e autora principal da Campanha de Defensores da Terra e Meio Ambiente da Global Witness, Laura Furones, ressaltou a importância de os governos agirem de forma decisiva para proteger os defensores e combater a violência contra esses povos. “Ativistas e suas comunidades são vitais nos esforços para prevenir e mitigar os danos causados por indústrias que impactam o clima. Não podemos nos permitir, nem aceitar, perder mais vidas”, afirmou.
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