Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas, expressou preocupação com o impacto ambiental da exploração de petróleo e gás na bacia do Amazonas. Em uma declaração nesta quarta-feira (13 de dezembro de 2023), Guajajara enfatizou a resistência dos povos indígenas contra a exploração em seus territórios. A declaração ocorreu pouco antes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) leiloar 38 blocos exploratórios em 11 bacias sedimentares, incluindo a Amazônia.
A ministra destacou a coincidência do leilão com o último dia da COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas de 2023. Na conferência, foi aprovado um documento que enfatiza a importância da transição para a neutralidade carbônica até 2050, abandonando os combustíveis fósseis responsáveis por mudanças climáticas significativas.
Sônia Guajajara lamentou a necessidade de muitos países realizarem essa transição energética a longo prazo. Ela enfatizou a urgência de uma consciência global para pressionar governos a mudarem o modelo energético atual.
A ministra considera essa transição como essencial para evitar um ponto de não retorno nos danos causados ao planeta
O Instituto Arayara, uma ONG que promove o uso sustentável dos recursos naturais, também expressou preocupação, classificando a exploração de petróleo e gás natural nos blocos leiloados como uma ameaça socioambiental. Segundo o instituto, alguns desses blocos se sobrepõem a unidades de conservação ou áreas de amortecimento, não apenas na Amazônia, mas em outras regiões do país. Há pelo menos 23 terras indígenas afetadas pelos 15 blocos ofertados pela ANP.
Este posicionamento da ministra e as preocupações levantadas pela ONG destacam um conflito crescente entre a conservação ambiental e a exploração de recursos naturais no Brasil.
*Com informações Agência Brasil
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