Na COP28 em Dubai, Marina Silva destacou a necessidade de liderança dos países desenvolvidos na transição energética do planeta, enquanto o presidente Lula cobrou maior comprometimento financeiro dos países ricos em questões climáticas.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, declarou em Dubai, na quarta-feira (13), a necessidade dos países desenvolvidos liderarem a mudança para eliminar o uso dos combustíveis fósseis. Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), foi ratificado um acordo significativo visando a mudança das fontes de energia de combustíveis fósseis para alternativas mais sustentáveis, após intensas negociações.
O acordo final da COP28 propõe várias medidas que os países podem implementar para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Marina reiterou, ao final da conferência, uma citação do presidente Lula: “não poderíamos sair daqui sem a firme decisão de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta, e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis”. Ela enfatizou a importância de alinhar os recursos necessários para uma transição justa, destacando o papel vital dos países ricos neste processo.
Desigualdade nas emissões de carbono
Um estudo da Oxfam destaca a disparidade nas emissões de carbono, mostrando que o 1% mais rico do mundo emite tanto dióxido de carbono quanto os 66% mais pobres da população mundial. O presidente Lula tem insistido para que as nações mais ricas honrem seus compromissos internacionais, incluindo a doação anual de 100 bilhões de dólares para ajudar os países em desenvolvimento a preservar suas florestas. Ele também apontou que, apesar da existência de grandes fundos ambientais, os países em desenvolvimento enfrentam dificuldades burocráticas para acessá-los.
Marina Silva enfatizou a necessidade de os países alinharem suas metas ambientais com o objetivo de limitar o aquecimento global. Ela mencionou o acordo firmado na COP como um passo concreto na direção dos compromissos estabelecidos pelo Acordo de Paris, realçando a importância do comprometimento em todas as suas dimensões.
Avaliação do progresso e futuras expectativas
A COP avaliou o progresso feito desde a implementação do Acordo de Paris, com os países reafirmando o objetivo de manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5ºC. Cada país apresentou suas metas individuais de redução de emissões. O Brasil, especificamente, atualizou suas metas para 2023, comprometendo-se a reduzir as emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em comparação com 2005. Além disso, o Brasil se comprometeu a atingir emissões líquidas neutras até 2050.
Há uma expectativa significativa para as próximas conferências, COP 29 no Azerbaijão e COP 30 no Brasil (em Belém do Pará), focando em estabelecer novos níveis de financiamento para ação climática e apresentar as novas metas nacionais.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil observou que, apesar dos progressos, ainda existem lacunas significativas na implementação dos compromissos climáticos, especialmente por parte dos países desenvolvidos, tanto em termos de redução de emissões quanto em obrigações financeiras com os países em desenvolvimento.
Com informações da Agência Brasil
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