“Manter a floresta em pé e descarbonizar a economia é a grande oportunidade para o desenvolvimento econômico e social da Amazônia e do Brasil”, afirma novo estudo
Um relatório elaborado pelo WRI Brasil e pela The New Climate Economy, em parceria com mais de 76 pesquisadores e organizações de diversas regiões do país, destaca a importância de um modelo econômico sustentável para a Amazônia. O estudo, intitulado “Nova Economia da Amazônia“, demonstra que a preservação da floresta, a adoção de práticas agropecuárias de baixa emissão de carbono e a matriz energética baseada em energia solar podem impulsionar o crescimento econômico e gerar empregos na região.
De acordo com o relatório, a implementação dessas medidas resultaria em um crescimento econômico mais qualificado e inclusivo até 2050. Com desmatamento zero, a economia da Amazônia Legal teria um saldo de 312 mil empregos adicionais e geraria pelo menos R$ 40 bilhões a mais no PIB regional a cada ano a partir da metade do século. Além disso, seriam preservados 81 milhões de hectares de florestas e o estoque de carbono seria 19% maior em comparação com o modelo atual de desenvolvimento.
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Rafael Feltran-Barbieri, economista sênior do WRI Brasil e um dos autores do estudo, ressalta a importância desse novo modelo econômico: “Um novo modelo econômico na Amazônia, pautado pela valorização dos atributos naturais e sociais da região, pode gerar inúmeras oportunidades e empregos inclusivos. Esse formato, que tornará a Amazônia a grande catalisadora da descarbonização de toda a economia brasileira, é, sem dúvida, a maior oportunidade de desenvolvimento econômico e social da história contemporânea do país”.
O estudo também destaca a relevância da inclusão social e econômica das populações locais. Com o crescimento de setores como bioeconomia e restauração florestal, estima-se que em 2050 os negros e indígenas ocupariam 18,7 milhões de postos de trabalho na Amazônia Legal, 345 mil a mais do que no cenário atual.
A análise do relatório considerou as atividades já desenvolvidas na região e identificou setores com potencial econômico, como bioeconomia e conservação, que seriam impulsionados por práticas sustentáveis. O estudo também enfatiza a importância da adequação da agropecuária e da matriz energética da região a modelos de baixa emissão de carbono.
Além dos benefícios econômicos e da geração de empregos, a reestruturação da economia proposta no relatório contribuiria para que o Brasil cumprisse suas metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris. Segundo o relatório, a transição para a Nova Economia da Amazônia permitiria que o país mantivesse as emissões acumuladas líquidas entre 2020 e 2050 em 7,7 GtCO2, conforme necessário para cumprir tais compromissos.
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Para viabilizar essa transição, o relatório apresenta recomendações tanto para o setor público quanto para o setor privado. O setor público deve adotar políticas que promovam a competição entre fontes energéticas alternativas, redirecionar linhas de financiamento para atividades de baixa emissão e fortalecer o ordenamento territorial da Amazônia Legal. Já o setor privado precisa impulsionar a inovação e se comprometer a não financiar, comprar ou vender produtos que estejam em desacordo com as leis ambientais, trabalhistas, sanitárias e fiscais.
O impacto que a NEA pode proporcionar em 2050 comparado à economia atual
Os investimentos necessários para a transição para a Nova Economia da Amazônia foram estimados em 1,8% do PIB nacional ao ano, representando um valor significativamente menor do que os custos gerados por eventos extremos e impactos das mudanças climáticas caso a transição não ocorra.
Portanto, a adoção de um modelo econômico sustentável na Amazônia oferece oportunidades de desenvolvimento econômico e social, além de contribuir para a preservação da floresta e o cumprimento das metas climáticas do país. O relatório destaca a importância de uma abordagem integrada, envolvendo setores público e privado, para alcançar uma economia livre de desmatamento e de baixas emissões de carbono na região.
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