Em uma estratégica ofensiva, o Ibama, em parceria com as Forças Armadas, a Polícia Federal e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), avançou de forma expressiva no combate ao garimpo ilegal na região oeste do Amazonas, mais especificamente na Terra Indígena Vale do Javari, localizada na tríplice fronteira Brasil-Peru-Colômbia.
O saldo da operação:
- 22 embarcações destruídas.
- 6 embarcações inutilizadas por agentes ambientais.
- Outras 22 balsas-dragas, suspeita-se, foram afundadas pelos próprios garimpeiros.
A ação, que teve início em 14 de julho e fez parte da Operação Cayaripelos II, revelou um cenário alarmante de degradação ambiental. As balsas-dragas confiscadas eram mecanismos utilizados para extrair ouro dos rios de forma completamente clandestina, ignorando quaisquer padrões de qualidade ambiental. Um dos pontos de maior preocupação é o uso do mercúrio, um metal extremamente tóxico para a saúde humana, que é liberado nos rios durante o processo de separação do ouro dos sedimentos.
Segundo dados divulgados pelas Forças Armadas, estima-se que essas operações de garimpo ilegal poderiam render lucros superiores a R$ 23 milhões mensais. Além do impacto ecológico, a operação resultou na apreensão de ouro, balanças de precisão, motosserras, espingardas, munições calibre 16, baterias, celulares e 644g de mercúrio.
Mas o impacto financeiro aos infratores foi expressivo: ultrapassando a marca dos R$ 100 milhões de reais em prejuízos.
O combate ao garimpo ilegal contou com uma cooperação internacional inédita. As forças militares colombianas, atuando em sintonia com as brasileiras, patrulharam a fronteira para impedir a fuga de infratores, facilitando assim, a ação decisiva dos fiscais.
Além do garimpo
A Operação Cayaripelos II não focou apenas no combate ao garimpo ilegal. Durante a missão, os fiscais se depararam com práticas de caça e pesca ilegais. Em um balanço, foram confiscados 223 ovos de tartaruga, 5kg de carne de macaco-prego, e redes de pesca irregulares foram erradicadas. Um fato alentador foi o resgate e a devolução de três mutuns e oito tartarugas à natureza, simbolizando a importância e o impacto positivo das ações de fiscalização na região
A operação, além de revelar as extensas redes de ilegalidades na região, evidenciou a necessidade de ações contínuas e colaborativas entre os órgãos competentes e nações vizinhas. A preservação da biodiversidade e o combate à exploração ambiental e econômica ilegais são fundamentais para garantir um futuro mais sustentável para a região amazônica e seus habitantes.
*Com informações com GOV.BR
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