O Presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, admitiu recentemente a inadequação das estruturas de combate aos incêndios na região amazônica. Com a crise ambiental se agravando, o governo federal busca alocar recursos do Fundo Amazônia para conter o avanço devastador do fogo nas florestas do Amazonas e Pará, regiões que vêm registrando recordes de queimadas.
Agostinho informou que um plano de financiamento está sendo elaborado pelo IBAMA para expandir as ações de combate ao fogo e ao desmatamento. A proposta, ainda em fase final, tem previsão de ser apresentada ao Fundo Amazônia até o final do ano, segundo fontes como Estadão e Poder 360.
Especialistas, contudo, alertam para a urgência da situação, exacerbada pela seca extrema que assola a região – um fenômeno que tende a se intensificar devido às mudanças climáticas. A bióloga Erika Berenguer, da Universidade de Oxford, destacou em suas observações ao Observatório do Clima a paradoxal falta de água e ar limpo na Amazônia, realidade vivenciada pelas populações rurais que ela acompanha no Pará.
A capital do Amazonas, Manaus, tornou-se um triste símbolo desta crise. Desde agosto, a cidade vem sofrendo com a poluição intensa causada pelos incêndios. O INPE registrou um pico de poluição em 6 de novembro, onde a visibilidade foi tão comprometida que sensores tiveram dificuldades em diferenciar fumaça de nuvens, conforme reportagem do G1.
Neste cenário desolador, os moradores de Manaus, já traumatizados pela pandemia de COVID-19, encontram-se obrigados a usar máscaras novamente para proteção contra a fumaça tóxica. Segundo a Agência Pública, a cidade alcançou a terceira pior qualidade de ar no mundo, com apenas um dia de ar considerado bom em todo o mês de outubro.
O IBAMA, reconhecendo a gravidade da situação, aponta a necessidade de melhores estruturas e mais aeronaves para combater os incêndios. Atualmente, a instituição conta com dois helicópteros próprios e apoio das Forças Armadas para mobilizar equipes e equipamentos.
O Brasil, e especialmente sua região amazônica, encontra-se em um ponto crítico em sua luta contra as mudanças climáticas e seus efeitos. Com a crise se intensificando, as ações e decisões tomadas agora poderão ter impactos profundos e duradouros na saúde do planeta e na vida de suas populações.
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