Ambientalistas protestaram contra a audiência pública promovida pelo Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul) na quarta-feira (15/3) para tratar do licenciamento de um projeto que vai desmatar mais de 10 mil hectares do Pantanal. A proposta da Fazenda Santa Maria, de Corumbá, é trocar mata nativa pantaneira por pastagem para o gado.
Dezenas de perguntas feitas ao Imasul após a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do projeto durante a audiência não foram respondidos.
Mesmo os questionamentos de defensores do Pantanal ficaram sem defesa ou argumentação de quem apresentou o relatório encomendado pelos donos da fazenda, relata o Campo Grande News.
De acordo com o documento sobre o projeto – que é de 2017, segundo o Campo Grande News – , a previsão do investimento, de quase R$ 6 milhões, é dobrar o número de cabeças de gado em quatro anos. Com 11.030 animais nas áreas já ocupadas na Fazenda Santa Maria, a estimativa é chegar a 22.230 cabeças de gado, após a conclusão da troca de pastagem. Dos 24,6 mil hectares da fazenda, apenas 35% da mata nativa será preservada.
O projeto prevê o corte de todas as 601 árvores do local. A exceção será de espécies protegidas, como o babaçu, que alimentam as araras-azuis – uma das espécies pantaneiras ameaçadas de extinção.
A vegetação extraída impactará diretamente o fornecimento de alimentação de onças-pintadas, araras-azuis, tamanduás “e toda uma rica fauna ameaçada de extinção que tem no bioma um dos últimos redutos seguros para sobreviver na natureza, em vida livre”, reforça o Folha do Progresso.
Em tempo: A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado decidiu recriar a Subcomissão do Pantanal, informa a Agência Senado. A composição da CMA foi definida semana passada. A comissão tem a senadora Leila Barros (PDT-DF)como presidenta, e o senador Fabiano Contarato (PT-ES) como vice.
Texto publicado em CLIMA INFO
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