O Presidente Lula ressalta a importância do estudo da viabilidade da exploração na região e a necessidade de minimizar possíveis impactos ambientais na exploração de petróleo.
Em um anúncio feito na quinta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou que a exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas, especificamente no bloco FZA-M-59, continua sendo uma possibilidade para o estado do Amapá.
Em maio deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indeferiu um pedido da Petrobras para perfuração marítima na área citada, citando “inconsistências técnicas” que impediriam uma operação segura na nova área exploratória.
Ainda há espaço para ajustes
Conversando com rádios de estados amazônicos, Lula destacou que a decisão do Ibama não é a palavra final sobre o assunto. A Petrobras, afirmou ele, tem o direito de corrigir os problemas apontados no projeto. “As discussões estão acontecendo internamente e, em breve, deve haver uma decisão”, disse o presidente.
O objetivo da Petrobras, segundo o presidente, é pesquisar as potencialidades da região. Com base nesses estudos, o Estado brasileiro decidirá sobre a atividade. O que está em jogo é como explorar petróleo sem prejudicar as espécies amazônicas.
“Primeiro, nós temos que pesquisar, nós temos que saber se tem aquilo que a gente pensa que tem, e quando a gente achar, a gente vai tomar uma decisão do Estado brasileiro. Como é que a gente pode explorar? Como é que a gente vai evitar que um desastre qualquer possa prejudicar a nossa querida margem do Oceano Atlântico na Amazônia?” destacou Lula.
Foco na avaliação ambiental
A equipe técnica do Ibama argumentou que a Petrobras não apresentou uma avaliação ambiental de área sedimentar (AAAS). Essa avaliação é fundamental para identificar áreas onde a extração e produção de petróleo e gás seriam inviáveis devido aos graves riscos e impactos ambientais associados.
A Petrobras, por outro lado, alega que cumpriu integralmente as condições originalmente estabelecidas pelo Ibama.
Potencial de reservas
A área em questão, situada a 540 quilômetros da foz do Rio Amazonas, desperta a atenção devido à expectativa de reservas que variam entre 10 bilhões a 30 bilhões de barris de óleo equivalente. Isso representaria uma reserva avaliada entre US$ 770 bilhões a US$ 2,3 trilhões. Se autorizada, a produção poderia começar em 2030, gerando uma nova fonte de recursos para os estados da região.
Licenciamento ambiental e transferência de direitos de exploração
O processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 teve início em 4 de abril de 2014, a pedido da BP Energy do Brasil, a empresa originalmente responsável pelo projeto. Em dezembro de 2020, os direitos de exploração de petróleo no bloco foram transferidos para a Petrobras.
Com a transferência de direitos de exploração para a Petrobras e a possibilidade de correção do projeto, a expectativa agora é por uma decisão definitiva sobre o futuro da exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas. Enquanto isso, o presidente Lula mantém as esperanças vivas, concluindo que “nós estamos vendo o Suriname explorando petróleo, a Guiana explorando petróleo e eu acho que Trinidade e Tobago já está explorando. Nessa margem equatorial deve ter petróleo e ela fica uma distância muitos quilômetros longe da margem e nós vamos então pesquisar”.
Com informações da Agência Brasil
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