Em novo trabalho realizado por cientistas dos EUA e Inglaterra, apontou que algumas medidas adotadas podem ter um impacto enorme na conservação de espécies do planeta
Cientistas da Universidade de Durham e da Universidade de Princeton destacam que reforçar as proteções das áreas de conservação atuais é tão crucial para a biodiversidade do planeta quanto estabelecer novas áreas protegidas. Essa afirmação é baseada em um estudo que analisou cerca de 5 mil espécies, das quais 70% estão em áreas que atualmente não são protegidas, em áreas protegidas que foram reduzidas ou perderam seu status oficial, ou ainda estariam em risco de extinção se o uso da terra onde vivem mudasse no futuro.
A importância da proteção das áreas de conservação
“Observamos cerca de 5 mil espécies de vertebrados terrestres e mapeamos onde seus habitats adequados ocorrem em todo o mundo”, disse o principal autor do estudo, Dr. Yiwen Zeng, da NUS. Ele acrescenta que ações que retiram a proteção legal de parques e unidades de conservação afetaram mais de 687 milhões de acres de parques, desde 2021.
O estudo foi publicado na Science Advances, clique no link para lê-lo na íntegra “Lacunas e fraquezas na rede global de áreas protegidas para salvaguardar espécies em risco”
Ameaças à biodiversidade: O Caso do Camboja
Um exemplo é o habitat do sapo criticamente ameaçado do Camboja, Megophrys damrei. O habitat protegido fica dentro de um parque nacional, mas está sofrendo perda e degradação contínuas. “Infelizmente, em todo o mundo, as nações não estão fazendo um trabalho adequado de proteção de seus parques, o que deixa esses lugares especiais abertos à destruição do habitat”, alerta Zeng.
Expansão das áreas de conservação
No Camboja, especificamente, se outros 127 quilômetros quadrados de espaços selvagens na Indonésia fossem protegidos, habitats adequados para 53 espécies adicionais que atualmente têm habitat limitado e desprotegido poderiam ser preservados.
Estamos vivendo um momento decisivo na história da humanidade para criar e preservar áreas protegidas para salvar a biodiversidade mundial. “Este estudo estabelece uma geografia onde novos parques podem ser criados e onde devemos restaurar e reforçar os parques existentes, para aumentar a conservação da vida selvagem”, disse Zeng.
“Muitas discussões globais sobre conservação giram em torno da necessidade de criar novas áreas protegidas. Isso inclui discussões na conferência de biodiversidade COP15 das Nações Unidas em dezembro de 2022, onde foi adotada uma meta para proteger 30% das terras e mares do planeta. Mas nosso estudo também mostra a importância de garantir que as áreas protegidas permaneçam eficazes em impedir a entrada de atividades humanas nocivas”
Mais de mil espécies protegidas com apenas 1% de expansão
Então, como a expansão de redes de parques em apenas um por cento da massa terrestre da Terra levaria à proteção de habitats essenciais para quase 1.200 espécies que estão em risco de extinção? “Isso pode ser alcançado se a expansão e o fortalecimento das redes de parques forem feitos em locais-chave. Esses são locais onde ocorre o maior número de espécies potencialmente vulneráveis”, reforça Zeng.
Áreas críticas para a biodiversidade
“Existem áreas críticas para a biodiversidade em todo o mundo que precisam de proteção. Não é como se um continente ou um país tivesse todos ou a maioria desses lugares. Dito isto, porém, podemos destacar algumas nações que podem contribuir muito para salvar a biodiversidade mundial protegendo lugares-chave. Estes incluem Madagascar, Malásia e Peru, apenas para citar alguns exemplos”, disse Zeng.
O pesquisador afirma ainda que podemos ajudar a proteger estas áreas. “As pessoas precisam informar a seus líderes políticos que se preocupam com a biodiversidade e querem ver mais lugares selvagens protegidos para salvar espécies, manter ecossistemas saudáveis e oferecer oportunidades para que as pessoas se conectem com a natureza”, conclui Zeng.
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