O encontro bilateral entre Lula e a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, terminou sem a confirmação do aporte esperado pelo Brasil
Contrariando as previsões do governo brasileiro, a Dinamarca optou por não confirmar investimento no Fundo Amazônia durante a cúpula realizada em Bruxelas, Bélgica, que termina nesta terça-feira, 18 de julho.
Durante uma reunião bilateral, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, declararam a intenção de aprovar uma contribuição para o Fundo Amazônia no orçamento da Dinamarca.
Contribuições recentes
Desde que retomou suas atividades, o Fundo tem recebido novos aportes. Dentre eles, se destacam a contribuição da União Europeia de R$ 108 milhões, do Reino Unido com R$ 500 milhões e dos Estados Unidos, com um aporte considerável de R$ 2,5 bilhões.
Palco para reuniões estratégicas
O encontro entre Lula e Frederiksen ocorreu no contexto da Celac-UE, evento que congrega líderes de 33 países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e 25 da União Europeia (UE).
O Fundo Amazônia foi criado em 2008, durante o segundo mandato de Lula, com o objetivo de angariar doações para a luta contra o desmatamento na floresta tropical. Os recursos só são liberados mediante comprovação de redução do desmatamento.
Histórico e impacto
Desde o início, o mecanismo já recebeu R$ 3,3 bilhões em doações, valor que atingiu R$ 5,5 bilhões com a inclusão de rendimentos financeiros. A maioria dos projetos são implementados em parceria com ONGs e os nove estados amazônicos.
Até o início deste ano, já foram aprovados 102 projetos, num total de R$ 1,74 bilhão. O fundo conta com 384 instituições participantes, 195 unidades de conservação apoiadas, 59 mil indígenas beneficiados, 207 mil pessoas favorecidas com atividades sustentáveis e 1.700 missões de fiscalização ambiental.
Controvérsias e futuro
Em 2019, o Fundo Amazônia foi paralisado sob o mandato de Ricardo Salles, então Ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro. Após um decreto presidencial que extinguiu conselhos participativos, entre eles dois que monitoravam as ações do Fundo Amazônia, o mecanismo foi reativado somente este ano, sob a gestão de Lula. Agora, o futuro do fundo depende das futuras contribuições, como a esperada da Dinamarca.
Com informações da Folha de São Paulo
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