Compromissos internacionais recentes pelo combate ao desmatamento de florestas tropicais ainda não tiveram resultado prático, indicou um levantamento feito pela plataforma Global Forest Watch, do WRI.
De acordo com a análise, o mundo perdeu cerca de 4,1 milhões de hectares de floresta tropical em 2022, 10% a mais que o observado no ano anterior. Somente o Brasil, que responde por 30% dos estoques atuais desse tipo de floresta, foi responsável por 43% do total de vegetação tropical perdida em todo o mundo.
Ao todo, a área global desmatada emitiu 2,7 milhões de toneladas (Gt) de CO2, o que equivale às emissões anuais da queima de combustíveis fósseis da Índia. O desmatamento de 1,8 milhão de hectares da Amazônia no Brasil resultou na liberação de 1,2 Gt de CO2, ou 2,5 vezes as emissões anuais de combustíveis fósseis do país.
De acordo com o Global Forest Watch, a perda de floresta primária acelerou na porção ocidental da Amazônia, com os estados de Amazonas e Acre registrando seus piores níveis de desmatamento em 2022.
No Amazonas, a taxa de desmate quase dobrou nos últimos três anos. As perdas de florestas primárias nessa região amazônica são puxadas principalmente pela abertura de clarões para pastagem de gado ao longo de rodovias.
O aumento do desmatamento de florestas tropicais ocorreu um ano após os líderes de 145 países, entre eles o Brasil, se comprometerem a reverter a tendência de devastação até o final da década, em compromisso assumido durante a Conferência do Clima de Glasgow (COP26), em 2021. Em vez de declínio, o primeiro ano após a promessa registrou a intensificação do ritmo de destruição.
Agência Brasil, Bom Dia Brasil (TV Globo), Estadão, Folha, ((o)) eco e VEJA, entre outros, destacaram os dados sobre a perda de floresta tropical no Brasil. A repercussão no exterior é puxada por BBC, Bloomberg, Deutsche Welle, Financial Times, Guardian, Mongabay e Reuters.
Texto publicado em CLIMA INFO
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